HQs/Mangás

Resenha: O outro cão que guarda as estrelas

25 julho


Título: O outro cão que guarda as estrelas (Zoku Hashi Mamoru Inu)
Autor: Takashi Murakami
Editora: JBC
Ano: 2015
Páginas: 176

Histórias com cachorros sempre me emocionam, eu acredito que o amor de um cão por seu dono é sempre puro e sincero, sempre tem algo para ensinar aos humanos. Portanto, é sempre bom ter uma caixinha de lenços ao lado quando se lê algo em que esses seres são protagonistas. Pelo menos comigo essa é a regra, sempre cai um cisco nos meus olhos e as lágrimas são certeiras. "O outro cão que guarda as estrelas" traz a história de dois cãezinhos que mudaram totalmente a vida de seus donos e que mangá incrível. 

Já faz um bom tempo que publiquei aqui no blog a resenha do primeiro volume desse mangá "O cão que guarda as estrelas" (confira aqui) e não me lembro ao certo porque não fiz resenha do segundo volume naquela época. Conferindo os títulos na minha estante me bateu aquela vontade de reler esse mangá e mais uma vez me peguei comovida pela beleza da história e refletindo sobre o quão valiosas são as amizades na nossa vida. E quem é conhecido por ser o melhor amigo do homem? Os cachorros. Essa não é uma regra e o que vou dizer a seguir não é baseado em nenhuma pesquisa e sim na minha experiência pessoal. Os animais de estimação trazem grandes benefícios aos seus donos, os ajudam a socializar melhor, reduzir o estresse, a ter mais momentos felizes, combater a depressão entre tantos outros benefícios. Os animais trazem uma dose diária de amor à vida das pessoas.

Como já mencionei esse segundo volume traz a história de dois cãezinhos que de forma direta mudaram a vida de seus donos e contribuíram com a melhoria na qualidade de vida de ambos. O primeiro é irmão de Happy que conhecemos no primeiro volume, um cãozinho que estava com a saúde fragilizada e que por muitos foi rejeitado, até que uma idosa viu ele e decidiu levá-lo para casa. Muito cansada, a idosa procurava um motivo para acabar com a sua vida e reconheceu no frágil cachorrinho o gatilho que precisava para cumprir o seu objetivo. O segundo cãozinho  também por muitos rejeitado, estava à venda em um petshop há alguns anos e tinha seus dias de vida contado, já que não conseguia ser vendido. Seu destino muda quando um garoto de rua o sequestra. O que ninguém sabia é que a vida dos dois seria salva pelo poder da amizade.

Apesar de ser o segundo volume, a história desse mangá pode ser lida sem se ter o conhecimento da anterior.  Porém, indico que leia os dois, já que ambos possuem belas histórias. Amor, amizade, companheirismo e a importância de se ter alguém com quem dividir o fardo da vida ficam em evidência nos dois volumes. É impossível parar de ler antes de chegar ao final, são aqueles mangás que prendem a atenção do início ao fim. Uma leitura para se recordar com carinho e sempre visitar quando se busca conforto em uma leitura, mas sempre preparado para fortes emoções.

Quando comecei a ler mangás não imaginava que iria me deparar com tantas histórias emocionantes e esses dois mangás entraram para a lista de favoritos do meu ranking geral de leituras. Até para quem nunca leu nada do gênero eu recomendo a leitura, é uma aposta certeira. A proposta é belíssima e a arte ainda mais incrível. A edição é muito bonita, possui orelhas, folhas de qualidade e as ilustrações são em preto e branco.

Se você assim como eu gosta de cachorros e sempre se emociona com enredos do tipo, provavelmente irá gostar dessa história.
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Fullmetal

Resenha: Fullmetal Alchemist Vol.2 e 3

23 julho

Oi pessoal, Renner por aqui.

Bom, no meio do ano passado fiz uma resenha do primeiro volume da republicação de Fullmetal Alchemist, mangá escrito por Hiromu Arakawa. Desde a época já havia lido o volume 2 mas fiquei devendo a resenha porque estava numa reta final de faculdade, em busca de estágio e finalizando o TCC. O tempo passou e eu fui adiando a continuação, passando outras leituras na frente mas, no início de junho reli o volume 2 e li o volume 3 também, história que vos trago aqui, depois de muito tempo.
No primeiro volume, cuja resenha se encontra aqui, é apresentado todo o universo de Fullmetal, explicando o que é a alquimia, como funciona, introduzindo os personagens principais Ed e Al e outros pontos que o piloto sempre trás.
Neste segundo volume, o Coronel Roy Mustang, responsável por tornar Ed um alquimista federal apresenta os garotos a um alquimista especializado na transmutação de quimeras falantes, Shou Tucker, o alquimista da sutura vital. Na busca pelas respostas para recuperarem seus corpos, Ed e Al pesquisam por toda a biblioteca de Tucker e também criam uma amizade com Nina Tucker, a filhinha de Tucker. Exceto pelo cachorro, a menina é muito solitária porque segundo Tucker, a esposa o abandonou 2 anos atrás e ele trabalha muito, dando pouca atenção à filha. Recentemente Tucker está sob mais pressão ainda, uma vez que alquimistas federais tem que mostrar resultados para manter suas licensas e desde sua primeira quimera falante, não obteve mais resultados de sucesso.

Esse volume/episódio da série foi o mais dramático e triste que eu (e acredito que todos) já vi. Shou Tucker, pressionado por resultados, consegue produzir outra quimera falante mas, a que custo? Ed e Al descobrem o segredo de Tucker e o final do primeiro bloco é chocante. Revoltados e desconsolados, Ed e Al acabam se encontrando acidentalmente com o primeiro antagonista da história de Fullmetal, apelidado de Scar. Correndo sérios riscos, eles são perigosamente feridos e somente salvos pelo restante do exército que chega bem a tempo e quase não consegue derrotar Scar, que foge. Com o braço de automail destruido, Ed se vê obrigado a retornar a sua cidade, Resembool para que sua mecânica repare seu braço. Por serem crianças e pelo perigo apresentado por Scar, o Major Armstrong acompanha os dois na viagem. Numa das paradas, encontram um ex-alquimista federal foragido, reconhecido pelo major Armstrong, Doutor Tim Marco. Ele foi conhecido por pesquisas na área da medicina. esse encontro é bem interessante porque faz parte do arco principal e trás algumas respostas para Ed e Al.

Seguindo viagem, chegamos ao volume 3, no qual o major Armstrong conhece mais da história dos garotos e também quando nos é apresentada uma das personagens mais engraçadas de Fullmetal: A vovó Pinako e sua neta Winry Rockbell. Quando Ed e Al perderam tudo, foi Pinako que criou os dois e Winry foi a amizade de infância dos dois. Winry é a mecânica de Ed e fica muito brava pela destruição de suas obras, o que gera momentos cômicos. Neste volume são apresentados mais detalhes do passado dos irmãos Elric. Os garotos tem pressa de voltar para a Cidade Central e investigar a pesquisa que o Doutor Marco deixou escondida por lá, o que faz Winry trabalhar muito. Após um volume inteiro mais calmo e tranquilo, Ed e Al finalmente chegam a Central somente para descobrir que o local que continha as pesquisas de Marco foi incendiado. Outro beco sem saída. Para a sorte deles, existe uma ex-bibliotecária que tem memória fotográfica, Sheska, e que leu toda a obra do doutor Marco. Ela reescreve a obra para os garotos, mas estes descobrem que a codificação em forma de livro de receitas pode ser um desafio e tanto. E depois de dias a fio, conseguem decifrar o método para criar a pedra filosofal, mas um problema muito maior surge no caminho dos garotos que querem recuperar seus corpos. 

A forma como Arakawa planejou e executou sua história é fascinante. Diferente dos mangás que continuam infinitamente devido ao sucesso dos animes e mangás, Fullmetal possui uma estrutura de ganchos e arcos muito bem construida, não faltando detalhes e nem sobrando volumes. É uma história sobre sofrimento, amizade e irmandade com toques de humor, ação e aventura. Não atoa é considerada uma das melhores histórias por muitos leitores. A animação Brotherhood também impressiona pela fidelidade ao mangá, trazendo ainda uma boa trilha sonora. Para mim, há ainda um sentimento nostálgico por ter visto o primeiro anime na infância. Mas continuarei lendo e trazendo para vocês sobre essa série. Comentem aí se já conheciam, se ficaram curiosos. Vejo vocês na próxima.

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HQs/Mangás

Resenha: Orange (Volume 1 ao 4)

30 setembro

Autor: Ichigo Takano
Editora: JBC
Clássificação: 5/5 estrelas
Já não é novidade que cada vez mais eu tenho me aproximado do universo dos mangás e tenho que confessar que os chamados shoujo (quadrinhos voltados para o público feminino) tem ganhado um bom espaço na minha estante e é nesse gênero que se encaixa Orange. Desde a primeira vez que ouvi sobre este mangá já sabia que era uma história bem bonitinha que aquece o coração e eu não estava errada.
Essa será uma resenha breve, já que não vou me aprofundar muito na sinopse de cada um dos mangás (não quero estragar a leitura de vocês com spoilers), vou me reter um pouco mais nos sentimentos durante a leitura.

Orange traz a história de Naho uma adolescente de dezesseis anos que está frequentando o colegial e que tem em suas mãos uma carta escrita por ela no futuro, pra ser mais específica a Naho de vinte e seis anos escreveu uma carta para a Naho de dezesseis anos. O conteúdo da carta fala sobre os arrependimentos que ela deve evitar durante o ano que tem pela frente no colegial. Um adolescente por si só já precisa lidar com diversos problemas da fase em que está vivendo e imagina ainda ter que lidar com as consequências de suas atitudes no presente e que no futuro irão significar uma dor irreparável. Naho após constatar que os fatos narrados pela carta são verídicos se vê tomada pelo medo de não conseguir evitar que o futuro se torne realidade. Ela ainda fica na dúvida sobre contar ou não aos seus amigos sobre a carta que recebeu, pois agir sozinha fica cada vez mais difícil.

Essa é uma história sobre amizades, arrependimentos e perdas. Ao mesmo tempo que tem um tom leve traz uma narrativa diferenciada que me envolveu do início até o momento e vem me deixando ansiosa pelo final. Acredito que a maior tortura de qualquer leitor seja ficar ansioso para ler o final de uma história, principalmente quando já se sabe que o final está publicado, pois bem, é assim que me encontro. A história é dividida em cinco volumes e o quinto encontra-se indisponível nos sites que costumo comprar, agora estou na torcida para consegui-lo o mais breve possível para enfim amarrar as pontas dessa história.
Vale ressaltar que por mais que se trate de cartas oriundas do futuro essa não é uma trama complexa e que aborda por exemplo o paradoxo temporal, o autor optou por tratar o tema de uma forma mais simples e traz uma explicação embasada em uma realidade alternativa, ou seja, mesmo que o presente altere o futuro ainda irá existir uma realidade em que aconteceu os fatos narrados pela carta.

Esse é um mangá que sem dúvidas vale a pena ser conhecido por quem gosta de tramas que possuem uma boa dose de drama e que podem levar do riso as lágrimas em poucos instantes. Para um parecer um pouco mais técnico os traços das ilustrações são lindos e o nível de detalhes incríveis, mesmo não conhecendo o Japão pesquisei um pouco sobre alguns lugares citados e posso dizer que a forma como foram retratados ficaram de fato bem reais. Sem dúvidas essa série já tem um lugarzinho reservado no meu coração.

Se quiser me conta nos comentários o que achou desse post, vou adorar saber a sua opinião. ;)

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HQs/Mangás

Resenha: Fullmetal Alchemist- Volume1

13 agosto


Fala pessoal, aqui é o Renner e hoje vamos falar de mangás. Eu mesmo não sou muito acompanhador do universo de mangás/animes, não desperta tanto meu interesse quanto os trabalhos ocidentais, as conhecidas HQ’s. A Carol é mais fã de mangás e sempre trás pra vocês alguns muito legais, mas hoje é minha vez e já explico o porquê...
Ôh do aço!!!

Isso mesmo, vim falar do mangá de Fullmetal Alchemist. Já sou suspeito pra falar de Fullmetal porque tem uma importância ímpar na minha infância. Lembro que chegava do futebol no fim da tarde e ainda suado sentava na sala e ligava na RedeTV pra ver o Alquimista de Aço e depois Supercampeões. Tinham outros animes que passavam lá, mas foram esses dois que marcaram essa época e ficaram pra sempre na minha memória, logo rever o anime e ler o mangá trazem sempre uma nostalgia das mais gostosas. Mas chega de enrolação e vamos pro mangá.

Fullmetal Alchemist conta a jornada dos dois irmãos, Edward e Alphonse Elric, em busca de recuperar as partes de seus corpos perdidos durante um processo alquímico. A maioria de vocês deve saber por alto o porque, mas neste primeiro mangá é tratada uma história introdutória para explicar como é o mundo de Fullmetal, explicar o que é a alquimia e quais as regras do seu uso. Somente para situar um pouco vocês, o universo de Fullmetal é bastante militarista e os melhores alquimistas se tornam membros desse governo militar. Ed e Al (os apelidos pelos quais os irmãos se chamam) são duas crianças durante essa obra, mas ainda assim Ed se torna um alquimista federal e seu irmão mais novo o acompanha nessa jornada. Uma parte interessante de se observar ao longo dessas obras são os automails, próteses metálicas que substituem membros perdidos (como o braço direito e a perna esquerda de Edward) e que de certa forma dão nome à obra que, curiosamente (e felizmente) não foi traduzido para o português. O bom dessa obra é que quase todos os personagens são bem criados, causam bastante empatia no leitor, seja pela graça e pela bondade ou pela crueldade e seriedade. O fato é que Fullmetal se adapta bem para jovens (indicado a partir dos 14 anos) e adultos e tem uma história que te prende. Ele é uma obra descontraída, cheia de momentos cômicos, mas também tem dentro do seu eixo principal o drama dos irmãos que os tornam mais unidos. Esse amor fraterno forte me lembra muito de Supernatural (seriado de TV) onde cada irmão só tem um ao outro e os dois estão sempre viajando em busca de respostas, é uma trama bem parecida.  É uma obra leve em que cada mangá pode ser lido em um dia, com uma arte muito bacana. Esta é uma nova edição de republicação feita pela JBC que ficou espetacular e que tá baratinha, vale muito à pena dar uma conferida. Como estou dando sequência, provavelmente teremos mais Fullmetal Alchemist por aqui em breve e, se você gostou ou tem algo a acrescentar, deixa aí seu comentário pra gente pode saber. Até a próxima!


Extras: O anime é bem bacana e pode ser encontrado para assistir online. Este primeiro mangá corresponde ao terceiro episódio do anime Brotherhood (que é mais fiel ao mangá do que o anime de 2003) porque é necessário introduzir mais rapidamente os personagens e a alquimia, sendo os dois primeiros episódios feitos para isso. O anime é bastante fiel ao mangá, sendo uma ótima adaptação.
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HQs/Mangás

Resenha: O cão que guarda as estrelas

05 julho



Sinopse: O cão que guarda as estrelas, de Takashi Murakami, é uma graphic novel que conta uma aventura vivida por dois companheiros: um simples senhor, sem dinheiro, emprego, ou família, e seu cachorro. Juntos, eles farão o possível para viver e sobreviver a sua viagem pelo interior do Japão.O diferencial da narrativa fica por conta do ponto de vista. Os acontecimentos são vistos sempre pelo olhar do cachorro e a perspectiva canina dos fatos e seus sentimentos são os companheiros do leitor ao longo das páginas. (Universo HQ)

Quando me propus a conhecer o universo dos mangás não fazia ideia do que me aguardava, não fazia a menor ideia do quanto esse tipo de leitura poderia me afetar e transformar a minha visão de mundo, abordando temáticas interessantíssimas e trazendo enredos emocionantes. Posso dizer que conhecer os quadrinhos japoneses foi uma aposta certeira. Até o momento só fiz leituras que me agradaram e me instigaram a ir em busca de novas em seguida. Foi nessa busca que me deparei com o mangá “O cão que guarda as estrelas”, a princípio encantada pela bela capa e pelo fato do protagonista ser um cãozinho e em seguida pelos elogios que vi tecidos em tantas outras resenhas, porém o mesmo se encontrava esgotado e não o encontrava em livrarias, até que já sem esperanças o vi disponível no site da Amazon, não parei para pensar e o comprei e não me arrependo nenhum segundo pela compra.

Happy é um cãozinho adorável que adora passear com o seu dono diariamente. É durante esses passeios que os dois começam a desenvolver uma bela relação de amizade e com o passar dos anos os dois ficam ainda mais próximos. O seu dono acometido por uma doença grave e desempregado acaba sendo abandonado pela esposa, o relacionamento com a filha também deteriorado acaba afastando-o das duas. Sem ter muitas posses após o divórcio ele parte por uma viagem junto com o seu cãozinho Happy pelo litoral do Japão.

O que esperar dessa viagem? Muitas emoções meus caros leitores. Através de uma visão repleta de sensibilidade e cheia de pureza que só pode ser passada através de narrativas do ponto de vista de animais e crianças, o enredo vai tomando forma e impressionando com as belas ilustrações. Ao mesmo tempo que a amizade entre o cão e seu dono aqueceu o meu coração os meus olhos ficaram marejados tomados pelo drama sensível que era desenvolvido ao longo das páginas. Desde o início o leitor já tem um vislumbre do final triste, porém a caminhada até aquele momento é extremamente rica e intensa. É nos percalços encontrados que o leitor é tomado pelo amor entre o dono e seu melhor amigo e é difícil se tornar imune a esse sentimento tão grandioso que está sendo retratado ali.


Eu não tenho dúvidas que os cães são seres iluminados que preenchem a vida de seus donos com uma amizade e fidelidade inquestionável, portanto já esperava que a leitura iria me comover, o que eu não esperava era a intensidade com que iria me atingir, despertando uma verdadeira enxurrada de lágrimas. Mesmo com toda a carga dramática, encerrei a leitura com o coração cheio de bons sentimentos e extremamente feliz por ter realizado essa leitura.
Ilustração extraída do site Natalie.

A obra foi premiada em diversos países e ganhou até um filme que foi baseado nesse mangá. Espero ter a oportunidade de falar sobre o filme e sobre a continuação “O outro cão que guarda as estrelas” em breve aqui no blog.
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HQs/Mangás

Resenha: Tsumitsuki - Espírito da Culpa

11 setembro




Tsumitsuki” é um mangá sobrenatural de terror do artista Hiro Kiyohara, o qual foi uma leitura extremamente envolvente que só foi possível parar quando cheguei na última página, confesso que se tivesse mais volumes com certeza iria seguir lendo. A arte do mangá tem um toque de terror com alguns quadrinhos mais escuros, mas ainda assim é uma bela arte com traços suaves e bem elaborados. Fiquei bastante curiosa para conferir um pouco mais do trabalho de Kiyohara, principalmente “Another” que é um dos mais populares dele.
Como comecei a pouco nesse universo tenho optado por oneshots que são mangás que possuem apenas um volume, pois assim estou conseguindo me adaptar tanto ao modo de leitura quanto ao teor dos quadrinhos japoneses. “Tsumitsuki” conta a história de youkais (demônios, espíritos ou monstros) denominados Tsumitsuki que de acordo com a lenda se alojam em seres humanos e se alimentam dos remorsos, tomando o controle de dentro pra fora e quando estão fortes suficientes remodelam o corpo humano a sua forma original e passam a se alimentar de outros seres humanos. O processo de transformação é lento e doloroso para a pessoa que abriga o espírito, uma vez que é tomada por esse Tsumitsuki não existe uma forma de reverter o processo. Quanto mais forte o espírito mais difícil de matar e somente algumas pessoas são capazes de matá-los.
O mangá é dividido em quatro capítulos mais o capítulo zero ao final (comum nos quadrinhos japoneses). A ambientação desse é em um colégio e todos os personagens apresentados são adolescentes. Cada capítulo foca em uma colegial diferente, começando por Shinohara, uma garota que sofre bullying por causa de algo que aconteceu no seu passado, uma garota, Chinatsu Takada, que chegou recentemente no colégio tenta se aproximar dela, mas não consegue compreender o porquê das atitudes da colega. Só quando Takada conhece o misterioso Korue que ela começa a compreender o que Shinohara tem passado.
Repleto de mistérios e desaparecimentos estranhos, esse mangá ainda aborda temáticas como relacionamentos familiares, escolhas, aborto, o peso da culpa e principalmente o bullying nas escolas. Cada personagem retratada traz consigo um passado, as escolhas que fizeram influenciaram no presente, por isso precisam lidar com o peso dos remorsos e por vezes a situação é agravada devido ao bullying que sofrem por parte das demais colegas de classe. Levando assim a reflexão sobre a condição de vida e como tudo pode mudar de uma hora pra outra.
Kuroe é o único personagem que aparece em todos os capítulos, sua aura de mistério me instigou e me deixou ainda curiosa para saber mais sobre ele. O papel dele no enredo é crucial, ele não só oferece um panorama da situação como faz parte de tudo que está acontecendo e por fim, se mostra como realmente é. Além disso, é apresentada a justificativa pelo forma como ele age e é plausível.
Na minha opinião esse é um mangá mais sobrenatural do quê voltado para o terror, possui sim algumas cenas que são mais obscuras, mas a magia fica por conta da presença dos Tsumitsuki e a forma como eles tomam conta de uma pessoa. Pude me surpreender em muitos momentos da leitura, mas não fiquei aterrorizada e sim um pouco apreensiva em muitas cenas. Por vezes senti vontade de ir mais a fundo na história e até mesmo desejei que tivessem mais volumes para que a história fosse abordada de uma forma mais intensa.


Para quem tem interesse em conhecer o mundo dos mangás essa é uma boa escolha para a introdução nesse universo. Indico também para quem gosta de leituras sobre lendas sobrenaturais, a leitura é fluida, dinâmica e rápida. Vale a pena conferir. Vale ressaltar que devido a presença de algumas cenas mais fortes a restrição de idade é para maiores de 14 anos.


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HQs/Mangás

Resenha: Só Você Pode Ouvir

08 agosto

Meu conhecimento sobre mangás ainda é algo novo, Só Você Pode Ouvir é o meu segundo contato com o gênero e a cada nova leitura eu me vejo cada vez mais envolvida pelo universo de quadrinhos japonês, desejando realizar novas leituras. Esse mangá é one-shot, ou seja, uma história curta em volume único. Hiro Kiyora fez uma adaptação de um conto escrito por Otsuich, o mesmo conto também foi adaptado em filme que ainda pretendo ver. O mangá traz uma história carismática, que expõe os sentimentos de forma sincera e bem expressiva.
Ryo é uma adolescente que não tem amigos e é tímida, além disso, ela se sente excluída por não possuir celular. A primeira publicação desse mangá foi realizada em 2007, os celulares ainda não tinham uma tecnologia tão avançada quanto hoje, mas já estavam eram bem populares, as funções se restringiam a telefonar, mandar mensagem e usar o alarme. Todos os colegas de Ryo estão o tempo todo se comunicando através dos respectivos celulares e ela sente vontade de fazer parte desse universo e principalmente de ter com quem conversar. Porém, ela tem dificuldades para se comunicar, toda vez que alguém se aproxima para conversar a voz dela simplesmente não sai.
Ela começa a imaginar que possui um celular, cria em sua mente a imagem perfeita de um e até mesmo define o toque para chamada. O inesperado então acontece ela recebe uma ligação e começa a conversar com Shinya, um garoto que assim como ela também está no ensino médio. A princípio  ela se questiona se ele realmente existe e procura uma forma de provar se ele é ou não fruto de sua imaginação assim como o celular, mas logo percebe que ele é real.
Uma história comovente que mostra como timidez pode afetar a vida de uma pessoa e como é importante ter alguém que ajude a superar as barreiras que impedem a socialização. Shinya é um personagem cativante que apesar de não se ter tanto conhecimento a respeito da sua vida no momento em que é apresentado ele logo conquista o leitor. Ele apóia Ryo a tentar vencer a timidez, propõe formas que irá ajudá-la a se socializar com outras pessoas. Ao final do mangá é apresentado um capítulo dedicado a contar a história de Shinya e mostrar o quanto Ryo também é importante para ele.
É perfeitamente possível se identificar com a história dos personagens desse mangá e compreender o que eles sentem. O foco principal não é a exclusão tecnológica e sim o sentimento de solidão que aflige os personagens por existir barreiras que as impedem de estabelecer laços de amizade com outras pessoas, levando assim a reflexão sobre alguns aspectos da sociedade e da timidez.
Eu me encantei com todos os detalhes dessa história e por diversas vezes me peguei refletindo sobre todas as situações vividas pelos personagens. A leitura é simples, fluida, rápida e altamente reflexiva. O final não deixou a desejar, apesar de ser triste fechou com chave de ouro a trama.
Os traços do mangá são realmente lindos. As ilustrações encantadoras e cheias de expressão, os diálogos são complementados pelo forte sentimento que os quadrinhos passam. Sendo assim indico a leitura para todos que gostam desse universo ou que pretendem começar a se aventurar por ele, os mangás que possuem somente um volume são ótimos para familiarizar com esse tipo de quadrinho. O conteúdo apresentado é classificado como drama e é indicado para maiores de quatorze anos.
Vale a pena ler!
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HQs/Mangás

Resenha: The Innocent

13 julho

The Innocent é o primeiro mangá que eu leio, eu o escolhi por ser volume único, pois acreditava que seria mais fácil para iniciar nesse mundo de quadrinhos japonês. E fui surpreendida com um enredo que prende o leitor do início ao fim e repleto de surpresas. A história foi escrita por Avi Arad que é ex-diretor da Marvel e co-fundador da Marvel Studios, logo esperava bastante ação e algumas semelhanças com os super-heróis do universo Marvel e não estava totalmente enganada. Ao longo da leitura pude perceber alguns detalhes desse universo, nada de super heróis, mas um protagonista com um toque sobrenatural, objetivo e sem frescuras. A temática abordada pelo mangá é a linha tênue entre a vida e a morte, sendo que o protagonista já morreu, mas vamos com calma irei explicar melhor a seguir.
Ash é um detetive que foi condenado injustamente a cadeira elétrica, por esse motivo após a morte ele é incumbido pelo Comitê Angelical para realizar uma missão na Terra. Auxiliado por Angel um anjo que guarda alguns segredos e que não está tão satisfeita por ser babá de um servente, é assim que Ash é chamado já que não é um anjo. A missão consiste em evitar que outro inocente, Joshua, seja condenado a cadeira elétrica por um crime que não cometeu. Ash parece estar bem confortável com o fato de ter morrido, porém pretende utilizar alguns métodos digamos violentos para realizar a sua missão. Angel tenta sempre alertá-lo em relação ao que pode e ao que não pode fazer, porém Ash não a escuta.
Após a morte Ash passa a poder manipular cinzas, como uma espécie de poder, ele consegue transformar cinzas em armas. É fazendo justiça com as próprias mãos que ele pretende enfrentar o verdadeiro culpado tanto pela sua morte, quanto pela condenação de Joshua, o Senador Burnaby e seus comparsas. Ao longo do desenvolvimento novos personagens são inseridos na história como Mila a irmã de Joshua que corre perigo por ter um CD que prova o inocência do irmão, a advogada Rain e o vilão misterioso Wal.
O enredo do mangá é bom, porém um tanto corrido, já que precisa fechar uma história em poucas páginas, sendo que eu acredito que poderia ser muito mais explorada se não fosse volume único. O ritmo da história é bem acelerado, não tem enrolação e em um capítulo muita coisa se resolve. Eu sofri com a ausência de algumas explicações, as condições da morte de Ash ficaram claras, mas senti falta de saber mais sobre algumas conexões de Ash com outros personagens. Angel é outra personagem que merecia ser explorada um pouco mais, ela ficou rasa e acho que a história dela merecia um destaque maior. Um dos vilões o Wal é bem interessante, ele consegue sentir a presença de Ash e se comunicar com ele, vale ressaltar que os outros personagens não conseguem fazer o mesmo apesar de estarem ciente da presença, foi outro ponto que senti falta de uma justificativa.
Como ponto positivo vale ressaltar que o mangá realmente prende a atenção do leitor, os desenhos e os cenários são muito bem feitos e o quadrinho apresenta muita ação. Apesar de não atribuir uma nota alta para a história em questão, eu estou cada vez mais interessada em embarcar nesse universo, acredito que as obras que possuem mais volumes irão sanar melhor a minha necessidade de conhecer os personagens mais a fundo.
Acredito que The Innocent cumpriu bem o papel de abrir as portas do universo dos mangás, já estou me preparando para novas leituras e espero sempre me surpreender nos mais diversos gêneros disponíveis. A partir de agora estarei sempre pesquisando mais a fundo sobre esses quadrinhos e buscando conhecê-los melhor, já até tenho em vista algumas coleções que pretendo ler.

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