Sinopse: Conor é um garoto de 13 anos e está com muitos problemas na vida. A mãe dele está muito doente, passando por tratamentos rigorosos. Os colegas da escola agem como se ele fosse invisível, exceto por Harry e seus amigos que o provocam diariamente. A avó de Conor, que não é como as outras avós, está chegando para uma longa estadia. E, além do pesadelo terrível que o faz acordar em desespero todas as noites, às 00h07 ele recebe a visita de um monstro que conta histórias sem sentido. O monstro vive na Terra há muito tempo, é grandioso e selvagem, mas Conor não teme a aparência dele. Na verdade, ele teme o que o monstro quer, uma coisa muito frágil e perigosa. O monstro quer a verdade. Baseado na ideia de Siobhan Dowd, Sete minutos depois da meia-noite é um livro em que fantasia e realidade se misturam. Ele nos fala dos sentimentos de perda, medo e solidão e também da coragem e da compaixão necessárias para ultrapassá-los.
Sabe aqueles livros que conquistam logo de cara? Pois foi isso que aconteceu comigo quando me deparei pela primeira vez com a edição da Novo Conceito de “Sete minutos depois da meia noite” do autor Patrick Ness, logo fiquei intrigada com a capa e com a premissa de uma criança ter o mesmo pesadelo todos os dias às 00:07. Confesso que não tinha muitas informações a respeito do livro, tampouco que o filme seria lançado esse mês (estou envergonhada por isso), encerrei a leitura com um sorriso de satisfação estampado no rosto.
Conor é um garoto de treze anos que enfrenta grandes problemas em vista de sua pouca idade. Seus pais são divorciados, a sua mãe passa por um tratamento rigoroso, ele ainda precisa conviver com a avó com quem nunca se deu bem, na escola é como se ele fosse invisível exceto para alguns alunos que praticam bullying contra ele e para completar todos os dias sete minutos depois da meia noite ele tem o mesmo pesadelo. Até que um dia o teixo que tem em seu quintal assume a forma de um monstro e faz um acordo com ele em troca da verdade se não irá devorá-lo. A verdade não é algo tão simples e é o que Conor mais teme.
“- Você sabe que não é verdade - disse o monstro. - Você sabe que a sua verdade, a verdade que você esconde, Conor O’Malley, é o que você mais teme.”
A princípio acreditava que o livro seria tomado em grande parte por elementos de fantasia e terror, os dois elementos reunidos em um enredo é algo que me agrada, porém estava errada, para minha surpresa o destaque maior ficou por conta do drama. Existem elementos de terror e fantasia? Sim, mas por diversas vezes esses pontos ficam em segundo plano em relação às questões da vida do protagonista, estabelecendo uma linha tênue entre o que é realidade e o que é fantasia. Na minha opinião a magia deste livro reside justamente nessa relação entre a vida de uma criança que passa por grandes turbulências e os elementos fantásticos que são apresentados ao longo da trama.
O livro levanta questões sérias como o bullying, a dor da perda, o relacionamento familiar e principalmente sobre a verdade. Tudo isso é abordado de uma forma intensa e ao mesmo tempo leve devido ao fato do narrador ser uma criança, os conflitos internos vividos por ele são bem descritos de forma delicada e sensível, o desenvolvimento da história ocorre de forma simples, porém capaz de encantar aos leitores que gostam de dramas. A trama em nenhum momento perde o seu foco principal, todos os fatos se conectam com maestria e todas as pontas ficam devidamente amarradas no final. A escrita do autor é fluida e é possível ler o livro em apenas algumas horas.
Meu objetivo com essa resenha não é entrar em pormenores em relação a trama, pois acredito que a experiência de leitura será bem mais ampla com uma quantidade menor de informações. Acredito ainda que cada leitor irá extrair uma lição diferente ao longo da leitura. Mesmo com a pouca idade do narrador, não sou capaz de delimitar uma faixa etária para a qual indicaria esse livro, recomendo para todos que estão passando por situações difíceis e até mesmo para quem está em busca de um livro diferente de drama.
