Drama

Resenha: Sete Minutos Depois da Meia-Noite

09 janeiro

Sinopse: Conor é um garoto de 13 anos e está com muitos problemas na vida. A mãe dele está muito doente, passando por tratamentos rigorosos. Os colegas da escola agem como se ele fosse invisível, exceto por Harry e seus amigos que o provocam diariamente. A avó de Conor, que não é como as outras avós, está chegando para uma longa estadia. E, além do pesadelo terrível que o faz acordar em desespero todas as noites, às 00h07 ele recebe a visita de um monstro que conta histórias sem sentido. O monstro vive na Terra há muito tempo, é grandioso e selvagem, mas Conor não teme a aparência dele. Na verdade, ele teme o que o monstro quer, uma coisa muito frágil e perigosa. O monstro quer a verdade. Baseado na ideia de Siobhan Dowd, Sete minutos depois da meia-noite é um livro em que fantasia e realidade se misturam. Ele nos fala dos sentimentos de perda, medo e solidão e também da coragem e da compaixão necessárias para ultrapassá-los.
Sabe aqueles livros que conquistam logo de cara? Pois foi isso que aconteceu comigo quando me deparei pela primeira vez com a edição da Novo Conceito de “Sete minutos depois da meia noite” do autor Patrick Ness, logo fiquei intrigada com a capa e com a premissa de uma criança ter o mesmo pesadelo todos os dias às 00:07. Confesso que não tinha muitas informações a respeito do livro, tampouco que o filme seria lançado esse mês (estou envergonhada por isso), encerrei a leitura com um sorriso de satisfação estampado no rosto.
Conor é um garoto de treze anos que enfrenta grandes problemas em vista de sua pouca idade. Seus pais são divorciados, a sua mãe passa por um tratamento rigoroso, ele ainda precisa conviver com a avó com quem nunca se deu bem, na escola é como se ele fosse invisível exceto para alguns alunos que praticam bullying contra ele e para completar todos os dias sete minutos depois da meia noite ele tem o mesmo pesadelo. Até que um dia o teixo que tem em seu quintal assume a forma de um monstro e faz um acordo com ele em troca da verdade se não irá devorá-lo. A verdade não é algo tão simples e é o que Conor mais teme.
“- Você sabe que não é verdade - disse o monstro. - Você sabe que a sua verdade, a verdade que você esconde, Conor O’Malley, é o que você mais teme.”
A princípio acreditava que o livro seria tomado em grande parte por elementos de fantasia e terror, os dois elementos reunidos em um enredo é algo que me agrada, porém estava errada, para minha surpresa o destaque maior ficou por conta do drama. Existem elementos de terror e fantasia? Sim, mas por diversas vezes esses pontos ficam em segundo plano em relação às questões da vida do protagonista, estabelecendo uma linha tênue entre o que é realidade e o que é fantasia. Na minha opinião a magia deste livro reside justamente nessa relação entre a vida de uma criança que passa por grandes turbulências e os elementos fantásticos que são apresentados ao longo da trama.
O livro levanta questões sérias como o bullying, a dor da perda, o relacionamento familiar e principalmente sobre a verdade. Tudo isso é abordado de uma forma intensa e ao mesmo tempo leve devido ao fato do narrador ser uma criança, os conflitos internos vividos por ele são bem descritos de forma delicada e sensível, o desenvolvimento da história ocorre de forma simples, porém capaz de encantar aos leitores que gostam de dramas. A trama em nenhum momento perde o seu foco principal, todos os fatos se conectam com maestria e todas as pontas ficam devidamente amarradas no final. A escrita do autor é fluida e é possível ler o livro em apenas algumas horas.
Meu objetivo com essa resenha não é entrar em pormenores em relação a trama, pois acredito que a experiência de leitura será bem mais ampla com uma quantidade menor de informações. Acredito ainda que cada leitor irá extrair uma lição diferente ao longo da leitura. Mesmo com a pouca idade do narrador, não sou capaz de delimitar uma faixa etária para a qual indicaria esse livro, recomendo para todos que estão passando por situações difíceis e até mesmo para quem está em busca de um livro diferente de drama.
Se você já leu este livro não deixe de nos contar o que achou nos comentários e se ainda não leu também deixe a sua opinião iremos adorar conhecê-la.
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Novo Conceito

Indicação da Semana: A Filha da Minha Mãe e Eu

30 agosto

Olá pessoal, tudo bem?
Para começar bem a semana no blog, gostaria de indicar um livro que já li tem muito tempo, mas gostei muito da história por ser diferente da maioria dos livros que leio.
A Filha da Minha Mãe e Eu de Maria Fernanda Guerreiro é um livro para guardar no coração. A narrativa da autora é envolvente e destaca a relação familiar, nesse caso, de Mariana e sua mãe Helena. Com uma mãe rígida e pouco afetuosa, a jovem Mariana ao descobrir sua gravidez, relembra o passado ao lado da sua família e como foi a sua difícil relação com a mãe. É um livro que faz com que cada um de nós pense em quem somos na nossa família e quem em nossa mente são os nossos pais. Como lidar com a mãe quando ela tem tantas atitudes que são difíceis de aceitar e até mesmo perdoar?


É um livro que recomendo para todos aqueles que gostam variar suas leituras. O livro é narrado em primeira pessoa pela personagem Mariana da infância até a vida adulta e mostra com clareza o papel fundamental dos pais nessa jornada. É também uma história de uma mãe e uma filha que mesmo com todas as dificuldades precisavam abrir dentro delas aquilo que verdadeiramente estava guardado dentro do coração.
Abaixo segue a capa e a sinopse do livro:


Sinopse:

Mesmo quem nos ama às vezes não consegue ver quem realmente somos.
Sensível e tão real a ponto de fazer você se sentir parte da família, A filha da minha mãe e eu conta a história do difícil relacionamento entre Helena e sua filha, Mariana. 
A história começa quando Mariana descobre que está grávida e se dá conta de que, antes de se tornar mãe, é preciso rever seu papel como filha, tentar compreender o de Helena e, principalmente, perdoar a ambas. Inicia-se, então, uma revisão do passado – processo doloroso, mas imensamente revelador, pautado por situações comoventes, personagens complexos e pequenas verdades que contêm a história de cada um.


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Novo Conceito

Indicação da Semana: Garota Replay

19 agosto

  Olá pessoal, tudo bem?
 A partir de hoje, estaremos trazendo mais uma novidade para o blog: a Indicação da Semana, que vai mostrar livros que achamos interessantes e ainda não lemos, e livros que já lemos tem muito tempo, mas gostamos tanto da história que gostaríamos de indicar pra vocês. E hoje, para iniciar bem, a primeira indicação é o livro Garota Replay da Tammy Luciano, publicado pela editora Novo Conceito.

Já faz muito tempo que li este livro, mas gostei tanto dele que gostaria de compartilhar a minha euforia com vocês. O livro conta a história de Thizi, que ao ver sua vida virada do avesso, cheia de problemas, ela vai para a balada e encontra uma garota totalmente idêntica a ela e a partir desse momento ela fica se perguntando como é possível existir alguém tão parecida e quem realmente deve ser essa garota.
A escrita da Tammy é bem leve e o livro é bem rápido de ler. A história me prendeu do início ao fim e posso dizer que ele é bem surpreendente. Para quem quer uma leitura mais calma, que fala sobre amizade, refletir sobre aquilo que está vivendo, Garota Replay está mais do que recomendado.
Abaixo, segue a capa e sinopse do livro.


Sinopse:


Thizi é uma garota do bem, apaixonada pela vida. Mas, após uma madrugada trágica, sente que tudo à sua volta desmorona. Descobre que Tadeu, seu namorado, beijou uma garota em uma noitada e quebrou o nariz de Tito, melhor amigo de Thizi, quando soube que ele fotografou a prova da traição. Na mesma noite, Tadeu dirigiu bêbado e causou grave acidente, que deixou o amigo Gabiru em coma. Em meio a tanta decepção, Thizi encontra uma Replay de si mesma, uma igual. Agora, não mais a única do planeta, ela se sente a pessoa mais solitária do mundo e precisa entender que só o amor tem o poder de provocar as melhores mudanças. Garota Replay trará reflexões para desvendar os segredos da vida de Thizi. E da sua também...


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Resenha: Tudo e Todas as Coisas

30 julho

Ouvi muitos elogios ao livro Tudo e Todas as Coisas na época em que foi lançado e finalmente tive a oportunidade de lê-lo. Já imaginava que iria gostar da leitura, mas ainda assim me surpreendi ao ser conquistada por esse sick-lit. O gênero em si carrega temáticas que são mais pesadas que nos levam a reflexão sobre a doença em questão e esse livro não é diferente. O leitor é apresentado a Madeline Whittier uma garota de apenas dezoito anos que nunca saiu de casa, pois ela é alérgica ao mundo externo.
Quando ainda era criança Maddy foi diagnosticada com IDCG (Imunodeficiência Combinada grave)  também conhecida como ‘doença da criança na bolha’. É uma doença rara, qualquer coisa pode causar alergia e assim desencadear várias outras doenças. Um cheiro de um produto de limpeza diferente, algum tempero, perfume de alguém, ou seja, qualquer coisa nova pode atacar o organismo de quem possui essa doença.
A mãe de Maddy é médica por isso tomou as devidas precauções para proteger a filha do mundo externo. A casa é toda adaptada com filtros de ar e paredes brancas, para alguém ter contato com Maddy é preciso fazer uma esterilização durante um determinado período de tempo e permitir o acesso ao histórico médico. Além da mãe a única pessoa que convive com a garota é a sua enfermeira Carla que também é sua amiga.
Apesar de ter que viver com cuidados extremos Maddy aceita a sua condição, sabe os perigos que corre se for exposta ao mundo externo e acaba sendo feliz com a rotina que leva. Só que essa felicidade será abalada, quando uma família muda para a casa ao lado e ela conhece Olly, um garoto de olhos azuis da cor do oceano, se ver desejando levar uma vida normal como a de qualquer outro adolescente.
A princípio Olly não tem conhecimento da doença de Maddy, acha que ela está de castigo, mas encontra uma forma de se comunicar por troca de e-mails e mensagens instantâneas. Os dois logo desenvolvem uma cumplicidade e acabam se aproximando cada vez mais, até que se veem apaixonados. Agora Maddy deseja conhecer o mundo externo e viver várias experiências ao lado de Olly.
Ao realizar a leitura é impossível não se imaginar no lugar da protagonista, principalmente porque estamos tão habituados com todas as coisas que nos cercam, o calor do sol, o vento no rosto, viagens e tantas outras coisas que passam despercebidas no dia-a-dia. Imaginar que uma pessoa precisa ser privada de tudo isso para se manter viva parece absurdo.
A medida que me vi imersa no universo dessa adolescente, mesmo com todas as consequências da doença, me peguei torcendo pelo casal e imaginando uma forma que permitisse aos dois que ficassem juntos, possibilitando que a Maddy vivesse algumas experiências comuns a todos os adolescentes. Ao mesmo tempo que também pude sentir os cuidados, o amor da mãe pela filha, tudo que ela abriu mão, as perdas e todas as reações que ela teve ao longo do livro. A autora possibilitou que o leitor compreendesse todos os lados da história.
A narrativa é feita em primeira pessoa por Maddy, logo é possível perceber tudo que ela anseia, se sensibilizar com a sua condição e desejar que ela realize alguns de seus sonhos. Todos os personagens que possuem destaque são densos e bem compostos. Olly enfrenta problemas familiares e isso reflete na sua composição. A enfermeira Carla se apresenta como uma figura maternal, amorosa e tudo isso levando em conta a sua vida fora do trabalho.  A autora soube conduzir todo o enredo de forma primorosa no seu romance de estreia. Em meio as páginas do livro pude me emocionar, me ver vivendo no lugar da protagonista e fui conquistada por outros personagens da trama.

A edição está muito bem feita, a capa é linda e tem tudo a ver com o conteúdo do livro assim como o título. O papel utilizado foi o pólen (folhas amareladas), a fonte e o espaçamento não deixam a leitura cansativa, o livro ainda conta com algumas ilustrações que complementam ainda mais a experiência de leitura.
Indico a leitura para todos que gostam de sick-lits e de um bom romance com alguns dramas. A leitura é fluida e rápida, possibilitado devorar o livro em algumas horas ou mesmo em poucos dias. O enredo cativa, sensibiliza e leva o leitor a refletir sobre diversos temas.

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Resenha: Azul da Cor do Mar

23 maio

Eu ainda não havia lido nenhum livro da Marina Carvalho, apesar de ter lido muitos comentários maravilhosos a respeito deles. Azul da Cor da Mar é um livro surpreendente e muito fofo que mesmo sendo clichê, me lembrou os filmes românticos da Sessão da Tarde. De uma forma descontraída e divertida, a leitura me prendeu do inicio ao fim!
Rafaela Vilas Boas tem 21 anos, é estudante de jornalismo e está no último ano da faculdade. Ela conseguiu uma vaga de estagiária  no jornal Folha de Minas pelo seu esforço e com  a ajuda da sua professora Sandra Pires. Como a sua área é a reportagem investigativa, ela vai trabalhar ao lado de Bernardo Venturini, um grande repórter nessa área. Porém, desde o primeiro dia, ele deixa claro sua antipatia pela moça, pois não consegue trabalhar em equipe e faz de tudo para manter a Rafaela bem longe dele.
Apesar de todo o sentimento de ódio por Bernardo, Rafaela é apaixonada por um garoto que ela viu quando era mais nova. Ela passava as férias em Iriri, na casa da avó e a última imagem que ela guardou do garoto com a mochila xadrez foi quando ele estava sentado na praia, triste e jogou um papel no mar. Rafaela nunca mais viu o garoto e mesmo assim jamais o esqueceu. Durante dez anos, escreveu várias cartas para o garoto confessando o seu amor.
Azul da Cor do mar é um livro super fofo, que apesar de clichê, inova ao transportar o leitor para o mundo do jornalismo e conhecer um pouco mais sobre o que acontece por trás das câmaras. Cada capítulo do livro inicia-se com uma lição de jornalismo e para quem tem interesse na área, pode ser bem instrutivo.
Os personagens são muito bem construídos e é como se fossem pessoas que já conhecemos em nosso dia a dia. Apesar de não se dar bem com Bernardo, Rafa conhece Marcelo que trabalha na área de esportes e não esconde o carinho que sente por ela, fazendo de tudo para mostrar que pode ser muito mais que um amigo.
O livro guarda algumas surpresas, mas nenhum mistério que não possa ser desvendado. Desde o início do livro, já é possível imaginar um pouco do que pode acontecer ao longo da história, mas mesmo assim, Azul da Cor da Mar foi uma leitura encantadora.
Portanto, para quem procura uma leitura leve, rápida, sem grandes aventuras, mas com momentos bem divertidos esse é o livro que eu indico!
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Resenha: Simplesmente Acontece

04 abril

O livro Simplesmente Acontece (Love, Rosie) foi o meu primeiro contato com a autora Cecelia Ahern, apesar de conhecer os filmes baseados em sua obra ainda não havia lido nada da autora. Nesse caso assisti o filme homônimo antes de ler a obra e como gostei do filme decidi ler o livro. Comprei o livro a mais ou menos seis meses atrás e até então estava na minha estante aguardando o momento certo para ser lido, eu tinha a intenção de esquecer um pouco do filme, o que não deu muito certo. Por ter visto o filme eu tive alguns spoilers, coisas que aconteceram no início do filme são reveladas somente no final, mas de fato não atrapalhou minha leitura.
A escrita do livro é bem diferente do que estou acostumada, a história nos é apresentada em forma de cartas, e-mails, bilhetes, conversas instantâneas, cartões, etc. colecionados ao longo de uma vida. Inicialmente, achei que não ia gostar dessa forma de escrita, mas me surpreendi, a leitura foi bem fluída e apesar de não acompanhar os personagens em todo o desenvolvimento da história é possível compreender perfeitamente o turbilhão de sentimentos que eles sentem. Rosie e Alex são os protagonistas, eles são amigos inseparáveis desde a infância e são perfeitos um para o outro, porém vivem uma série de desencontros e acabam não falando o que de fato sentem um pelo outro.
Rosie tinha acabado de concluir o ensino médio e já tinha um plano traçado, iria morar em Boston para fazer a faculdade e ficar perto do seu melhor amigo que havia mudado um ano antes para a cidade. No baile de formatura ela acaba engravidando por um deslize e ver seus planos mudados da noite para o dia. E os desencontros não param por aí, o casal tem tudo para ficar junto, mas não conseguem ter uma sincronia, parece que tudo conspira contra os dois.
Os dois tem alguns desentendimentos ao longo do livro, mas a amizade é sempre mais forte e eles sempre se perdoam. Mesmo a distância sempre participam da vida um do outro, acompanham o crescimento dos respectivos filhos e dos relacionamentos que eles vivem e nos momentos difíceis sempre buscam apoio um no outro. Acredito que seja esse fator que deixa a história emocionante, eles nunca de fato deixaram de se amar, mesmo com tudo que acontecia eles tinham um ao outro.
A forma que a narrativa é enlaçada nos prende, faz vibrar, ter raiva dos personagens e torcer para que fiquem juntos. Não é uma história de amor impossível, eles precisam se jogar, se arriscar, mas parece que nunca é o momento certo e que o destino está sempre brincando com eles. É perfeitamente possível acontecer na vida real, fora dos livros. Tem muito drama envolvido, tem momentos engraçados e momentos românticos.
Porque deixamos de acreditar em nós mesmos? Porque permitimos que os acontecimentos ou os números ou qualquer outra coisa além dos nossos sonhos governem a nossa vida?

Impossível não fazer uma breve comparação livro x filme, até porque as edições disponíveis no Brasil são com a capa do filme. No livro temos acessos a alguns detalhes que não são disponibilizados no filme, algumas alterações foram feitas, mas acabou tendo efeito similar. A essência da história continua firme no filme apesar dos finais serem um pouco diferentes. Se você já viu o filme e gostou, vale a pena ler o livro para complementar algumas lacunas. Se você ainda não assistiu, mas gosta de dramas com uma leve pitada de comédia, recomendo a leitura para em seguida ver o filme. Enfim, recomendo esse livro para pessoas que tenham paciência e gostem de romance, foi uma boa leitura.

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Resenha: A mais pura verdade

09 março

Quando iniciei a leitura do livro “A mais pura verdade” eu evitei ler resenhas ou saber algumas informações prévias do livro. Iniciar a leitura sem grandes expectativas me possibilitou ter uma leitura leve e me aproximar mais do seu protagonista. A princípio eu não compreendia a ideia de Mark largar tudo e ir atrás de uma aventura na condição em que se encontrava, como isso o ajudaria, porém no decorrer do livro a minha visão foi ampliando e pude me aproximar mais do protagonista.
Mark é um garoto que quer viver uma grande aventura escalar uma montanha sozinho, mas para isso ele precisa fugir. Ele foi diagnosticado com câncer aos cinco anos de idade, desde então sua infância se transformou, ora estava no hospital e ora tinha uma melhora clínica. Sete anos havia se passado desde o diagnostico e mais uma vez o câncer havia voltado, decidido a realizar sua grande aventura ele traça um plano que o levará até a montanha. Junto com o seu cachorro Beau ele começa a sua aventura, deixando pra trás seus pais e sua melhor amiga Jess.
O livro é narrado da perspectiva do garoto, porém traz algumas passagens que mostram como seus pais e Jess reagiram a sua fuga. Seus pais não fazem ideia para onde Mark foi, mas Jess sabe. Eles tinham um código, se comunicavam por meio de haicais (poema de origem japonesa) e Mark deixou um bilhete em haicai de despedida no qual Jess entendeu qual era o destino do seu amigo. O grande dilema de Jess é se conta para onde Mark foi ou guarda o segredo do amigo.

“Sozinho, estou deixando o meu lar.
Uma nova jornada, uma nova estrada.
Para as montanhas agora.”

O caminho percorrido por Mark não é fácil, ele encontra diversas adversidades e carrega consigo a raiva, o peso da doença e tudo isso não permite que ele compreenda bem o que ele está fazendo. A cabeça de um pré-adolescente já é confusa, imagina a cabeça de um com câncer, sem dúvidas é uma bagunça. É difícil organizar os pensamentos, compreender tudo que ele está vivendo e se perdoar. É através da sua aventura que Mark poderá ter uma compreensão e aliviar da culpa que ele carrega por ter câncer, se libertar do seu medo e da sua raiva.
Essa é uma história de aventura, coragem, amor, amizade e perdão. Mark conhece o sofrimento dos seus pais, que tentam parecer fortes para ele, o amor incondicional que sentem por ele e toda a luta que passaram ao longo dos anos. Jess sua melhor amiga também o ama e quer o seu melhor, por isso se questiona se deve mesmo guardar o segredo. Seu companheiro de aventura Beau esteve todo o tempo protegendo-o, mesmo sendo apenas um cãozinho pequeno e frágil. Quem tem cachorro sabe que o amor de seu animal de estimação é enorme e o livro tem todo um cuidado ao demonstrar esse sentimento, o quão forte é a amizade de um cãozinho e seu dono.
A história do livro é comovente, nos permite entender os sentimentos de uma criança que passa sua infância inteira lutando contra o câncer, mas que está disposta a correr atrás dos seus sonhos, encontrando forças onde menos espera. Não acredito que a grande lição do livro seja buscar seus sonhos custe o que custa, mas a busca interior, a compreensão dos eventos da sua vida, se permitir viver, aproveitar todo o seu tempo, sentir o amor a sua volta e se perdoar. A jornada de Mark não é só uma aventura é uma compreensão de tudo o que ele passou e tudo que ainda irá passar.

O livro é classificado como infanto-juvenil mas não vejo limite de idade para lê-lo. A  leitura é bem simples e você pode se surpreender. Eu gostei bastante do livro e essa é a mais pura verdade.

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