
Desde 2015 venho conhecendo um pouco sobre esse cânone da literatura internacional que é a obra de Tolkien. Se você chegou aqui e não faz ideia de quem é este sujeito, saiba que John Ronald Reuel Tolkien foi nada menos que o escritor de O Hobbit e Senhor dos Anéis, além de diversas outras obras da ficção.
Tolkien dedicou a vida a escrever e lecionar na universidade de Oxford, na Inglaterra, tendo produzido uma infinidade de escritos (grande parte sobre a conhecida terra-média e todo o universo de literatura fantástica que a acompanha), dos quais a maior parte não foi publicada por ele em vida.
Talvez um traço comum em casos de criação de universos fantásticos que crescem de forma descontrolada (vide As Crônicas de Gelo e Fogo), Tolkien era extremamente detalhista e perfeccionista quanto a suas obras, realizando diversas modificações, reescritas e revisões, postergando assim a publicação de grande parte de seu trabalho por acreditar que não estava pronto, não estava bom o suficiente. Por essa razão, a principal obra ficcional da vida dele, O Silmarillion, como muitas outras foi publicada postumamente pelo filho, Christopher Tolkien.
Antes de continuar, quero ressaltar que não sou nenhum estudioso ou especialista em Tolkien (e existem vários, tá?), portanto, caso eu cometa algum equívoco, me corrijam nos comentários. A formação do Tolkien era na área de letras com ênfase em filologia, uma área que estuda profundamente as linguagens, decorrendo daí a criação do idioma élfico (ele não fez só umas palavrinhas não, o cara elaborou todo um idioma) chamado Quenya. O autor mantinha uma amizade íntima com outro aclamado autor, C.S. Lewis, criador das crônicas de Nárnia e diversas outras obras. Ambos eram membros de um grupo de literatura e cristãos praticantes, sendo conhecido o fato de que trocavam ideias sobre seus escritos com certa frequência. Daí, é possível traçar paralelos sobra as obras de ficção mais famosas de ambos, que apresentam vários elementos religiosos, como a personificação de um Deus criador, a existência dos anjos e a existência do anjo caído (na obra de Tolkien). Um elemento muito curioso que pode ser observado em Crônicas de Nárnia e em O Silmarillion é a criação do mundo, que em ambos os casos acontece por meio do canto. Enquanto Aslam canta e do seu canto surge todo o mundo de Nárnia, em o Silmarillion, a primeira parte trata do Ainulindalë, a canção dos Ainur, por meio da qual é criada Arda e todas as coisas existentes na ficção Tolkieniana. Por este panorama, nota-se uma relação estreita das criações de ambos os autores, em que a diferença reside em quem canta a criação: no primeiro o próprio deus, enquanto no segundo o deus Eru Ilúvatar cria os Ainur (anjos de alto escalão) que são a orquestra da criação. Por outro lado, ambos criaram obras voltadas para o público infantil, Lewis a própria Nárnia, enquanto Tolkien tem Roverandom e Mestre Gil de Ham, que compartilhou o ilustrador de crônicas de Nárnia para a publicação.
As principais obras de Tolkien publicadas no Brasil são:
- O senhor dos Anéis (em três partes e volume único);
- O Hobbit;
- O Silmarillion;
- Os Filhos de Húrin;
- Contos Inacabados;
- As Aventuras de Tom Bombadil (até aqui todos sobre o mesmo universo);
- Roverandom;
- Mestre Gil de Ham;
- A História de Kullervo;
- Beowulf (tradução do poema histórico);
- A Queda de Artur;
- A Lenda de Sigurd e Gudrún;
Tanto eu quanto a Carol temos algumas dessas obras e já lemos várias delas. Pretendo, com calma e dedicação, abordar em resenhas posteriores algumas das histórias de o Silmarillion, Os Filhos de Húrin e Contos Inacabados de forma resumida e despretenciosa. É válido ressaltar que várias obras publicadas em inglês não foram traduzidas e que algumas como a balada de Beren e Luthien (muito mencionada em toda obra da Terra Média) foram publicadas mais recentemente por meio da edição de Christopher Tolkien, sem o qual jamais conheceríamos textos como Silmarillion e a história dos filhos de Húrin, além de tantas outras presentes em Contos Inacabados (que como diz o título, estão inacabados). Bom, essa é uma resumida beeeem básica sobre a obra de Tolkien, um sujeito com um legado enorme e que nos permitiu conhecer um pouco da fantasia que ele não só escreveu mas que se tornou objetivo de vida para ele e toda a família.
Até a próxima pessoal.
