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Resenha: Um Crime na Holanda

04 maio


Maigret é um famoso investigador criado por Georges Simenon. O detetive aparece em aproximadamente 75 romances e também em cerca de 30 contos. Não é possível determinar exatamente quantas obras o autor escreveu, pois ele usava uma quantidade significativa de pseudônimos. Como gosto bastante de romance policial decidi conhecer os livros de Georges Simenon, e o meu primeiro contato foi com o livro Um Crime na Holanda
Delfzijl é uma pacata e conservadora cidade da Holanda, mas é o cenário do assassinato de Conrad Popinga, professor da Escola Naval de Delfzijl, casado com Liesbeth. Ele levou um tiro enquanto guardava a sua bicicleta na garagem. O professor Jean Duclos é um dos suspeitos, ele estava hospedado na casa dos Popingas enquanto realizava conferências na cidade. Após ouvir o tiro ele é visto com a arma do crime na mão, mas ele afirma tê-la encontrado no banheiro. Por ser francês solicitou ajuda da polícia de seu país de origem e então entra em cena o Comissário Maigret.
Maigret é um investigador francês, um homem comum de classe média, sujeito a erros como qualquer pessoa, porém bem objetivo. Assim como Sherlock adora fumar um charuto. Ele não fala holandês o que dificulta a comunicação com alguns dos suspeitos, porque nem todos falam francês. Ele chega a Holanda sem saber muito sobre o caso, apenas com uma lista de nomes de prováveis suspeitos que lhe fora enviado pelo professor Jean Duclos. São parte da lista: Liesbeth esposa da vítima, Any cunhada da vítima, a família Wienands vizinhos do Sr. Popinga e Beetje uma jovem filha de fazendeiro e amiga da família.
Tudo indicava que Conrad era um homem que todos gostavam, simpático, trabalhador e que já havia viajado pelo mundo todo. Sua esposa é religiosa e conservadora. Ao que aparentava ele não tinha inimigos, logo ninguém tinha motivos para assassiná-lo. Maigret começa então suas investigações, mesmo não conseguindo se comunicar com todos.
O livro é narrado em terceira pessoa e apresenta uma linguagem um pouco mais formal. Foi escrito no ano de 1931, ano dos primeiros romances de Maigret. É um livro curto e extremamente objetivo, atém se exclusivamente aos fatos do assassinato, não é feita uma análise psicológica profunda de seus personagens. O leitor vai descobrindo junto com Maigret quem são os suspeitos, aos poucos uma teia vai se formando e novas pistas vão surgindo. É através da alta percepção e os olhos treinados do investigador que os segredos vão sendo revelados. Os principais suspeitos não parecem de fato interessados em descobrir quem é o assassino e, nem mesmo a polícia local demonstra esse interesse. Maigret segue nadando contra a corrente e fica cada vez mais próximo de desvendar o caso.
A narrativa é bem fluída, um livro pra se lido em apenas algumas horas, além disso, bem agradável. O desfecho é satisfatório mesmo com toda a hostilidade que Maigret enfrenta ao longo da trama. O comissário busca a verdade custe o que custar e não pretende encerrar o caso enquanto não revelar para todos quem matou o Sr. Popinga.
Achei o livro bom, apesar de ter sentido falta de uma profundidade maior dos personagens. Ao pesquisar um pouco mais sobre o comissário Maigret fiquei sabendo que com o passar dos anos Simenon foi conferindo mais detalhes e enriquecendo mais as suas obras. Por ser meu primeiro contato com o autor fiquei particularmente satisfeita, o livro atendeu minhas expectativas e o desfecho me agradou. Apesar do comissário está atuando em terras desconhecidas, fiquei extremamente satisfeita com a forma em que o caso foi conduzido. Esse livro me despertou a curiosidade para continuar lendo outras obras do autor, principalmente as que possuem o comissário Maigret. Se você gosta de um bom suspense acredito que esse livro irá te agradar e surpreender.
Sobre o autor: Georges Simenon é de origem belga e nasceu em 1903, ainda na adolescência sua cidade foi tomada por alemães durante a primeira guerra mundial. Georges teve que abandonar a escola quando o seu pai foi acometido por uma grave doença no coração e começou a trabalhar. Passou por vários empregos até ser contratado como office boy no Gazette de Liêge, onde mais tarde passou a atuar como repórter. Como consequência do seu emprego aprendeu a escrever rápido e respeitar prazos. Começou a escrever então com pseudônimos.
Anos mais tarde mudou-se para Paris, onde criou Maigret, sob o pseudônimo em 1929 já escrevia contos do comissário da polícia francesa. Os primeiros romances foram escritos entre os anos de 1930 e 1931 e foram publicados já com o nome do autor. Em 1970 já na América Simenon escreveu o último romance protagonizado por Maigret, seus livros posteriores se resumiram a autobiografias. Suas obras foram adaptados para a TV, quadrinhos e cinema.
Na década de 1960 foi inaugurada em Delfzijl uma estatua do comissário Maigret. A cidade foi a escolhida por ter sido onde Simenon rabiscou a primeira história do comissário. Abaixo a fotografia da estatua.


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Resenha: Quando o Vento Sumiu

01 fevereiro


Eu estava procurando um livro um pouco diferente pra ler, e quando li a sinopse de Quando o Vento sumiu, não pensei duas vezes e comecei a ler o livro. Ele traz dois temas especiais: amizade e escolhas.
Quando o Vento Sumiu narra a história de três jovens amigos que formaram um grande laço de amizade: Suzan, Renato e Mateus.
A história se inicia na Alemanha, em que Suzan entra em uma cafeteria e reencontra Renato, muito tempo depois de não terem mais contato. Renato de imediato não reconhece a amiga, mas quando as lembranças voltam ambos relembram suas histórias.
Suzan, Renato e Mateus são melhores amigos que se conheceram no Ensino Médio. Desde então, eles estão sempre juntos. Eles estudam na Universidade da Guanabara, e é a partir desse fato que o livro vai se desenvolvendo.
Suzan é uma garota responsável, apaixonada pelo Renato, mas ele nunca percebeu os sentimentos dela. Ela sofre pressão por parte da sua mãe Helena, para ficar junto com ele, mas não sabe mais o que fazer para que ele a perceba. Ela estuda Turismo e tem o sonho de ter a sua própria agência de viagens.
Renato e Mateus cursam Engenharia Civil, e enquanto Renato só pensa em surfar e ficar com garotas, Mateus é completamente responsável e apaixonado por Suzan, mas como é muito tímido e sabe da paixão da amiga por Renato, não tem coragem de se declarar. Ao contrário de Renato que tem a vida ganha, por causa do pai que é dono de uma construtora civil famosa no Rio de Janeiro, Mateus tem que se esforçar para atingir seus objetivos, desde que seu pai foi preso obrigando tanto ele quanto a sua mãe Eulália a lutarem por uma vida digna. Mas ele fica muito feliz, quando Renato desiste de um estágio na construtora para ficar longe do seu pai que sempre estava “pegando no pé” dele oferendo a oportunidade ao Mateus que aceita de imediato.
Quando o Vento Sumiu, traz uma narrativa em terceira pessoa, que em muitos momentos lembra uma novela, por sua forma interessante de narrar a história. Apesar de focar muito na personagem Suzan, os outros personagens tem uma grande importância. Tanto os amigos quanto os pais tiveram espaço na história, até mesmo para dar mais veracidade aos conflitos que os personagens vão vivendo.
É impossível ler esse livro sem se lembrar das amizades, das pessoas que conhecemos ao longo do caminho. São tão reais que é como se você estivesse lendo uma história de alguém que você conhece.
Enfim, Quando o Vento Sumiu é um livro maravilhoso, que faz pensarmos em nossas atitudes e ao mesmo tempo nas consequências de nossas escolhas. Os diversos acontecimentos vão fazendo com que os personagens criem mais maturidade, e também encarem os obstáculos de frente. Um livro maravilhoso, que apesar de ser o primeiro que li da autora entrou para a minha lista de favoritos. Então, não deixe de ler essa história, que é sobre amizade, amor, mas também sobre as nossas escolhas. 


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