Resenha

Resenha: Criaturas Estranhas

20 junho


Título: Criaturas Estranhas - Histórias selecionadas por Neil Gaiman
Autores: Vários
Editora: Fantástica Rocco
Páginas: 400
Ano: 2016

Se tem um autor que eu passei a admirar no último ano é Neil Gaiman. Aos poucos a lista de livros desejados dele vem crescendo e seu nome tem sido recorrente na minha estante. Logo que vi a capa de “Criaturas Estranhas” me vi interessada, o livro é uma seleção de contos escritos por outros autores e organizados por Neil Gaiman, se eu confio nele como autor sem dúvidas confio nele como leitor. A escolha foi certeira e o livro tem ótimos contos, alguns mais extensos e outros curtinhos, todos com criaturas estranhas, ou melhor, criaturas incríveis. Tem até mesmo um conto escrito pelo próprio Neil Gaiman.

O livro começa com uma introdução explicando de onde surgiu a ideia de organizar o livro. Neil Gaiman desde criança sempre fora apaixonado por museus. Sempre sentiu a falta da presença de unicórnios, lobisomens, morcegos-vampiros, entre outras criaturas no museu, mas ele sabia onde exatamente encontrá-los. Os livros sempre foram um lugar reconfortante, onde poderá sempre visitar e encontrar tais criaturas.

“Não existia um museu desse tipo, não naquela época. Mas eu sabia como visitar criaturas que nunca seriam avistadas em zoológicos, museus ou na floresta. Elas me aguardavam nos livros e nas histórias, escondidas dentro de vinte e seis caracteres e um punhado de sinais de pontuação. (...)”

Ao início de cada conto Neil Gaiman faz uma introdução falando um pouco sobre o autor e sobre o conto. Nada muito revelador, mas uma forma de envolver ainda mais o leitor no universo que será apresentado. Vou falar de forma breve sobre alguns contos aqui nessa resenha, mas outros eu irei entrar em mais detalhes na coluna "Te conto um conto" para que essa resenha não fique tão extensa.

O primeiro conto, não tem exatamente um título, é uma ilustração. No decorrer da leitura o título se torna auto-explicativo, o leitor se vê imerso em uma aura de suspense e um certo medo. Tudo começa quando uma certa mancha aparece na mesa do café da manhã, mas toda vez que alguém para de olhar para a mancha, ela se desloca e o pior ela cresce. O arranjo do conto é simples, mas não deixa de envolver com os seus mistérios.

O segundo conto é “As Vespas Cartografas e as Abelhas Anarquistas”, mas você deve estar se perguntando o por quê de uma história com seres tão comuns em um livro como esse? Até certa parte as abelhas e as vespas são comuns e seus comportamentos são coerentes com a realidade, porém existe algo mais por trás dessa história, um pouco de sobrenatural, política e organização social. Um texto de fato muito bem escrito.

O Grifo e o Cônego Menor” está entre os meus contos favoritos nesse livro, primeiro por ter uma história envolvente e segundo por ser bem diferente de tudo o que já li. Quando um grifo motivado por saber como é sua aparência decide residir em um povoado no qual tem uma escultura feita em pedra semelhante a ele, todos os habitantes ficam apavorados e acabam elegendo o Cônego Menor para que converse com a poderosa criatura e impeça que devore a todos. O Grifo deixa claro que até a chegada do equinócio não há o que se preocupar, pois não pretende devorar ninguém até lá. Com o passar do tempo a população vai ficando cada vez mais apavorada e decidem resolver o problema com as próprias mãos. Só posso dizer que o autor teve uma sacada incrível e o desfecho é sem dúvidas a cereja do bolo.

Em breve trarei a resenha de outros contos desse livro aqui no blog, aguardem!
››

Resenha

Resenha: Vidas muito boas

24 fevereiro



Título: Vidas muito boas
Autora: J.K. Rowling
Editora: Rocco
Páginas: 80
Ano: 2017

“Não precisamos de magia para transformar nosso mundo; todos já temos dentro de nós o poder de que precisamos.”

      Não é novidade que uma das minhas autoras favoritas é J.K. Rowling, não só porque ela escreveu Harry Potter, mas também por sua representatividade e sua história. Sua vida antes da fama não era nada fácil, basta pesquisar um pouco para saber que até a história do jovem bruxo se tornar um fenômeno mundial ela precisou batalhar muito para chegar onde está hoje. O livro que quero falar hoje é um discurso que a autora fez quando foi paraninfa em uma turma de Harvad e o tema escolhido foi os benefícios do fracasso e a importância da imaginação. E ninguém melhor para falar do tema do que ela.
      “Vidas muita boas” é um texto que convida o leitor a refletir sobre diversos aspectos de sua vida, onde está no momento e até onde pretende ir. Esse é um daqueles livros que ao encerrar a leitura ficamos inspirados e sempre que estivermos triste por ter fracassado em algo, podemos buscar conforto em suas páginas.
      Um ponto interessante que a autora aborda em seu texto é que ninguém deve culpar outra pessoa por suas decisões a partir do momento em que se pode tomar as rédeas da própria vida, somos os únicos responsáveis por elas. Parece óbvio, mas quantas vezes buscamos responsabilizar terceiros para justificar nossas falhas? Vale a reflexão.
      A autora expressa através de poucas palavras sua jornada pelo fracasso e os benefícios dele, quando fracassamos poucas vezes acreditamos que exista um lado bom, no caso da autora ao chegar no “fundo do poço” ela direcionou seus objetivos ao que ela de fato gostava, a escrita. Bem provável que se tivesse alcançado o sucesso em outra área, talvez jamais iríamos conhecê-la como escritora.
      Eu não preciso entrar em pormenores para dizer que essa é uma boa leitura, o discurso dela está presente tanto no livro quanto em vídeos que podem ser facilmente encontrados pela internet. A leitura é rápida, mas o valor do texto pode perdurar por muito tempo na mente de seus leitores, sem contar que é uma edição incrível que vale a pena ter em mãos. Recomendo a leitura para todos que estão buscando inspiração ou mesmo desanimados e desacreditados por causa de um fracasso, acredito que a leitura irá ajudá-los a ter uma perspectiva diferente. 

››

Resenha

Resenha: Sob a luz dos seus olhos

09 fevereiro

Sinopse: Elisa e Paul são dois jovens cheios de planos e esperanças para o futuro. E quando o destine une os dois, eles sabem que a vida só será completa se estiverem juntos para sempre. Mas, será que existe o tão sonhado “Para sempre” ? Em uma linda história de amor e reencontros, onde doces sonhos e a inocência da juventude são interrompidos pelos caminhos que a v ida nos leva, o amor será, acima de tudo, a razão pela qual eles jamais poderão desistir.

Eu não sou adepta de e-books ainda, porém com a correria do dia-a-dia tenho procurado um meio que seja flexível e me permita ler em qualquer lugar, por isso ultimamente tenho intercalado leituras de livros físicos e digitais. Tenho acessado muito a Amazon em busca de algo que seja leve e ao mesmo tempo tenha um bom enredo e foi assim que me deparei com o livro “Sob a Luz dos seus Olhos” da autora nacional Chris Melo e não posso negar que foi uma aposta de sorte.
"É ter que lembrar que estar apenas bem não seja o suficiente."
O livro narra a história da vida de Elisa, uma jovem que está realizando um intercâmbio em terras inglesas e acaba se apaixonando por um jovem artista muito bonito, Paul, até aí a história parece ser totalmente previsível e clichê, o que eu não contava era que a Chris Melo fosse a rainha das reviravoltas. Por mais que a personagem tenha tudo planejado a vida reserva muitas surpresas e por vezes é necessário seguir um novo caminho e recomeçar do zero, esse não é um processo fácil e envolve diversos fatores carreira profissional, amigos e família. Os problemas apresentados ao longo da trama me levou a refletir sobre o valor das pequenos momentos diários, da força de um amor e como é possível crescer em meio às dificuldades.
"Acreditar que um sonho poderia se tornar realidade bem no meio da minha vida combinava com tudo o que aconteceu."
Sabe aqueles casais que sentimos uma química incrível logo de cara? Elisa e Paul têm esse efeito instantâneo, eles são bem compostos e a forma como o romance se desenvolve tem um ritmo gostoso de se acompanhar, me vi torcendo por eles durante a leitura e ansiando pelo final feliz. Elisa quebra as suas barreiras aos poucos e no decorrer da leitura vai se mostrando uma mulher forte que luta pelos seus sonhos e que é capaz de abrir mão da própria felicidade em prol da felicidade do amado, ela não é aquela mocinha indefesa, ela é decidida e se mantém firme quando quer algo.
"(...) contar como descobri que amar, às vezes, é abrir mão, e que por mais que essa sentença pareça linda, na verdade, ela é cruel."
Esse é um romance maduro, onde os personagens crescem juntos e são capazes de se adequarem conforme os obstáculos são impostos pela vida. Um casal seguro do amor que sentem um pelo outro e que possuem uma longa e intensa jornada a ser encarada.
O final me impressionou pela sutileza de como os sentimentos foram retratados e também porque a autora não escolheu o caminho mais fácil, por conseguinte o que é dolorido se torna lição e é o que compõe personagens intensos e carismáticos. O amor ilustrado no decorrer das páginas é forte e tem luz própria, os personagens estão bem diferentes do início, porém o amor é o mesmo.
"- Não, sentir falta é pouco, Eu sinto falta do sol, de comer arroz com feijão e da água do mar. Sentirei falta do chá com bolo, da London Eye e dos passeios de bicicleta. Sentir falta é notar a ausência de alguma coisa. Saudade é quando o peito aperta, quando falta o ar, é quando parece difícil continuar vivendo. Saudade é ausência de alguém."
Este livro é indispensável por leitores ávidos por um bom romance com grandes dramas e reviravoltas. Uma leitura agradável e bem construída, vale a pena ser feita.
››

Resenha

Resenha: Harry Potter e a Criança Amaldiçoada

19 novembro


Todas as vezes que sou convidada a embarcar no universo mágico criado por J.K. Rowling eu sempre ficou extremamente empolgada, pois faço parte da geração que cresceu lendo Harry Potter, tenho todos os livros e coleciono objetos (mapa do maroto, vira-tempo, carta para Hogwarts, etc.). Sou potterhead de carteirinha e gosto de sempre saber coisas novas sobre esse universo seja através dos contos publicados pela autora no Pottermore, notícias, twitter, ou mesmo através de novos filmes. Logo que ouvi falar sobre a peça de teatro “Harry Potter and Cursed Child” eu fiquei muito feliz e ao mesmo tempo triste, pois não teria condições de ir Londres e ficará em cartaz apenas lá. Quando anunciaram que teria um livro que seria o roteiro dessa peça eu praticamente dei pulos de alegria e esperei ansiosa pelo lançamento da versão do livro em português.
Assim que o livro chegou em minhas mãos não hesitei em começar a lê-lo o mais breve possível e o resultado mais uma vez me surpreendeu, foi como visitar velhos amigos e saber um pouco sobre como foram os anos em que estivemos longe. A questão é que teve quem amou e também quem odiou esse livro, a maior parte das críticas que ouvi diziam que o livro parecia uma fanfic (como se fosse ruim ler fanfic) e que não tinha a profundidade dos demais livros da série. O primeiro ponto que quero chamar a atenção é que o livro não é só de autoria de J.K. Rowling, segundo ela não iria autorizar a publicação de algo sobre Harry Potter que não estivesse de acordo com o que ela pensa e em terceiro lugar o livro não é um romance é o roteiro da peça, logo não contém pensamentos e motivações de personagens, somente falas e descrições de ambientações de cena.
A leitura foi extremamente nostálgica, vi personagens condizentes com o que havia sido proposto nos outros livros, um Harry humano que erra assim como outras pessoas, uma Hermione forte e ainda muito estudiosa e o Rony (que não teve tanto destaque) engraçado e descontraído. O destaque do livro fica por conta do filho do meio de Harry Potter, Alvo Severo Potter, uma criança que vive um misto de emoções por causa da fama do pai e as expectativas que os demais colocam sobre ele. Alvo não é um bruxo talentoso e escolheu como seu melhor e único amigo Escórpio Malfoy (filho de Draco), além de ter sido escolhido para a Sonserina. O relacionamento dele com o pai vai de mal a pior, eles não conseguem se comunicar.
Quando Alvo escuta uma conversa onde o Sr. Diggory (pai de Cedrico) pede a Harry para usar o vira-tempo para salvar a vida de seu filho, Alvo decide que precisa agir e mudar o passado e assim junto com o seu melhor amigo partem em busca de um vira-tempo para conseguir salvar Cedrico e para isso contaram com a ajuda de Delphi uma garota que se apresenta como sobrinha do Sr. Diggory. Eu vou parar por aqui sobre o que livro fala para não entrar em spoilers, já que está bem difícil não deparar com eles na internet.
A presença do vira-tempo causou reboliços diante as críticas já que a J.K. Rowling decidiu destruir todos no quinto livro por ser perigoso brincar com o passado, porém eles ressurgem nesse volume, no meu caso a justificativa apresentada me saciou, porém várias pessoas não concordaram. Além claro, de algumas outras críticas que me deparei, porém não irei mencioná-las pois estão em uma parte mais avançada da leitura. A única crítica que tenho é um diálogo que tem entre Harry e a professora (agora diretora de Hogwarts) Minerva McGonagall que não gostei da forma como ele a tratou, no mais achei tudo palpável.
Gostei bastante de Escórpio, adorei as atitudes e comportamento dele e, claro, a amizade entre ele e Alvo, digamos de passagem que uma amizade entre um Malfoy e um Potter parecia uma combinação absurda, mas ficou incrível nesse livro. O Alvo por vezes é bem irritante e um pouco arrogante (o que o Harry também tinha um pouco quando era criança), mas é compreensível já que carrega o peso de um nome e toda expectativa que as outras pessoas depositam nele. Ele é uma criança que está perdida e que por isso irá se envolver em grandes confusões.
Ler o roteiro da peça me deixou com ainda mais vontade de vê-la, fiquei imaginando todos os efeitos, troca de cenário, situações e como deve ser incrível ter essa experiência, mas a realidade não deixa. O livro é dividido em duas partes sendo dois atos em cada uma. A leitura é extremamente rápida e fluida.
A minha edição é em capa dura e é linda desde a jacket até a parte de dentro, as folhas são amareladas e a folha de guarda é simplesmente linda. Se tivesse todas os livros seguindo o formato dessa edição eu compraria todos, sei que a versão ilustrada é assim, porém na época do lançamento dos demais só tinha a opção em brochura.
Enfim, em nenhum momento eu me arrependi dessa leitura, foi extremamente nostálgica e satisfatória, sei que J.K. Rowling já disse que não escreverá mais sobre Harry Potter, mas ficarei sempre torcendo para ver pelo menos um conto no Pottermore, pois é sempre bom rever os velhos amigos. Eu não preciso indicar para qual público esse livro se destina, se você gosta desse universo espero que leia e goste, se já leu e se gostou ou não me conta nos comentários vou adorar saber a sua opinião.

››

Resenha

Resenha: Dorothy tem que morrer

08 setembro

Amy Gumm é uma garota do Kansas, ela está longe de ser popular e ainda sofre bullying nas mãos de uma patricinha do colégio, Madison Pendleton, uma adolescente que está grávida, mas que age como as típicas garotas populares de filmes norte-americanos. Desde a infância Amy enfrenta problemas com Madison, com o decorrer do tempo ela tenta ao máximo evitar encontrar com a garota no colégio, mas muitas vezes isso se torna inevitável.
Amy mora com a mãe em um trailer, o pai dela a abandonou quando ela ainda estava na infância e como decorrência disso ela e a mãe tiveram que se mudar para o trailer. Sem grandes condições financeiras, aos poucos a mãe de Amy foi se tornando omissa e logo se tornou alcoólatra e dependente de remédios. Logo, Amy praticamente se criou sozinha, se tornou uma boa aluna e sempre sonhou em ir embora do Kansas. Após uma briga em que ela se envolveu no colégio e acabou agredindo Madison, ela volta para o trailer. Sua mãe mais uma vez decide sair para beber e ela fica apenas com a companhia da hamster Star, quando um tornado atinge a casa, da mesma forma como ocorreu com Dorothy, Amy é transporta para Oz.
Ao chegar em Oz, Amy fica surpresa pois o país está totalmente diferente do que ela conhecia dos livros e filmes. Dorothy a garotinha meiga do Kansas, não quis mais retomar sua vida junto aos tios que tanto amava, decidiu então voltar para Cidade das Esmeraldas e acabou se corrompendo pelo poder. O mesmo aconteceu com os seus amigos o Leão, o Espantalho e o Homem de Lata, todos eles já não são mais bons. Glinda, a bruxa boa, agora a serviço de Dorothy parece mais uma malvada.
Dorothy tem que morrer” da autora Danielle Paige é o primeiro livro da trilogia homônima que reconta a história do mundo de Oz de uma forma sombria e voltado para o público jovem. A missão da nova garota do Kansas nesse livro é clara, ela precisa matar Dorothy para Oz voltar a ser como era antes, um local mágico e seguro.
Eu tive a oportunidade reler “O Mágico de Oz” (L. Frank Baum) esse ano e foi uma leitura gostosa que reascendeu meu interesse nesse universo. Pude então acompanhar alguns filmes baseados na obra e então me deparei com esse livro. Comecei a leitura entusiasmada, mas a demora para os fatos importantes começarem a se desenvolver me fizeram murchar um pouco, o que tornou a leitura lenta. De fato eu não desgostei do livro, só achei que o enfoque principal em alguns capítulos se perdeu e alguns fatos retratados não eram necessários. Como é comum o primeiro livro de uma trilogia é uma introdução ao problema do universo criado, portanto não esperava muitas cenas de ação (o que de fato não teve), mas esperava que adquirisse um conhecimento maior em relação aos vilões, o que provavelmente ocorrerá nos próximos volumes.
O desenvolvimento do livro se deu em maior parte pela busca de auto-conhecimento da protagonista, ela tem uma visão geral da situação de Oz e logo se ver sendo “caçada” por Dorothy e ela precisa descobrir qual é o seu papel em tudo isso. Amy tem um panorama das maldades que são realizadas pelos vilões da história que deveriam ser os mocinhos, em seguida é recrutada pela Ordem dos Malvados que é um grupo que luta contra Dorothy. O ponto de interrogação maior que fica é sem dúvidas em relação a quem Amy deve de fato confiar, esse é um questionamento recorrente ao longo da leitura.
Essa é uma trama que me deixou de fato intrigada, assim como Amy me vi perdida nesse universo e tentando compreender como ela chegou lá e como ela devia proceder. Repleto de mistérios, me vi envolvida em uma trama que apesar de ter traços em comum com “O mágico de Oz” apresenta originalidade e emoção. A forma como os antagonistas vão ganhando destaque ao mesmo tempo que a imagem que eu tinha deles como mocinhos é desconstruída é realmente impressionante, em um dado momento eu nem os imaginava como bonzinhos mais. Acredito que a conexão com os vilões aumentará no decorrer da série, acompanhada de justificativas de como chegaram no ponto em que estão.
Os capítulos finais tem aquela carga de ação maior e deixam a leitura mais fluída. Apesar do viés que mencionei de algumas cenas se arrastarem muito em pontos não tão importantes, foi uma leitura muito boa e eu estou ávida para me encontrar novamente com esses personagens. Portanto, sigo curiosa para saber o que acontecerá com Amy, como ela irá resolver algumas situações e torcendo por mais encontros eletrizantes entre ela e Dorothy.



Recomendo a leitura para todos que gostam de conhecer novas releituras dos contos de fadas clássicos. Os fatos que ocorrem no livro se dão após os acontecimentos do livro “O Mágico de OZ”, é interessante que o leitor tenha a imagem de Oz construída pelo autor L. Frank Baum, para então conhecer a da autora Danielle Paige.

››

Fábrica 231

Resenha: Soppy - Os Pequenos Detalhes do Amor

06 setembro

Desde o momento em que vi “Soppy - Os Pequenos Detalhes do Amor” na lista de lançamentos eu logo me apaixonei pela capa e a medida que via algumas tirinhas sendo publicadas na internet tive a confirmação de que precisava adquirir o exemplar. Assim que comprei e recebi comecei a ler no mesmo momento, logo me vi apaixonada pela arte, pelos detalhes e pelas histórias retratadas em forma de ilustrações tão expressivas que por diversas vezes dispensam até mesmo a presença de textos.
O casal apresentado na história é comum, poderia facilmente ser duas pessoas conhecidas, ou mesmo nós próprios. Provavelmente, quem namora ou já namorou irá se identificar com pelo menos uma das situações vividas pelo casal, portanto, essa não é uma história de amor impossível, mas nem por isso deixa de ser incrível. A autora Philippa Rice se baseou em seu relacionamento com o namorado, o ilustrador Luke Pearson, para criar os quadrinhos mostrando desde o momento em que começaram o namoro até os momentos após começarem a morar juntos.
Através de ilustrações que utilizam apenas três cores (vermelho, preto e branco) a autora mostra que o amor está nos pequenos detalhes do dia-a-dia, seja na forma como o casal se aconchega no sofá para assistir um filme ou na hora de decidir quem irá lavar a louça. O desenvolvimento é gradual, nada rápido ou lento demais, de uma forma simples e sem exageros o amor é expresso em pequenos gestos, mostrando o amor real que só quem passa (ou já passou) por isso sabe o quanto os detalhes fazem a diferença.

Sabe aqueles livros fofos que temos orgulho de ostentar na nossa estante? Sem dúvidas, esse é um deles. Como já mencionei me apaixonei pela arte do livro, por vezes parava e ficava admirando as ilustrações e até mesmo voltava a quadrinhos anteriores e ficava os observando mais de uma vez, pois são realmente lindas. Quem quiser conhecer um pouco mais do trabalho da Philippa Rice pode acessar o site dela (clique aqui), não é necessário ter um grande domínio do inglês para compreender as tirinhas e artes que estão expostas no site, algumas nem possuem textos.


Indico a leitura para quem gosta de HQs mais calmas, que não são melodramáticas e com um leve toque de humor. É também um ótimo presente como forma de demonstrar que o amor se encontra nos pequenos detalhes do dia-a-dia. Vale a pena se deliciar com a história desse casal!

››

Resenha

Resenha: Uma Canção pra Você

13 agosto


Eu recebi o livro Uma Canção Pra Você da autora Luiza Trigo no sorteio de cortesias do Skoob e logo fiquei bem curiosa para realizar a leitura. Já havia ouvido algumas críticas positivas em relação a escrita da autora e pude atestar através da leitura que é realmente boa. Esse é o terceiro volume da série Meus 15 anos que irá contar em cada livro uma história diferente a respeito de uma das amigas de um grupo, portanto as protagonistas alternam. Devido a esse motivo não vi problemas em ler a série sem seguir a ordem exata.
Nesse volume é apresentada a história de Amanda, uma jovem filha de pais separados que moram em cidades diferentes, sua mãe mora no Rio de Janeiro e seu pai em Curitiba. Ela está vivendo momentos conturbados no Rio por causa do ex-namorado que vive telefonando e ela não consegue colocar um ponto final nessa relação. Devido a isso ela decide antecipar a ida para passar o natal com o pai em Curitiba.
Ao chegar na casa do pai ela revive as lembranças da infância e sofre com o estado em que o avô se encontra, ele já não quer falar com mais ninguém e como ele sempre foi muito participativo o na vida de Amanda, além de ser o seu principal incentivador ela tem que se manter forte perante a situação.
Amanda tem uma ligação muito forte com a família do pai, o que torna a estadia dela em Curitiba bem agradável. Ela e o primo dela, Vinícius, são grandes amigos. Ele precisa que ela o ajude a compor uma música para participar de um concurso que irá possibilitar a realização de um grande sonho dele. Amanda tem um grande talento tanto para compor quanto para cantar, mas não consegue se apresentar em público, nem mesmo suas melhores amigas tem conhecimento desse talento e esse será um grande obstáculo na tentativa de ajudar o primo. Mesmo estando disposta a colaborar com a música essa não será uma batalha interna fácil.
Em meio a todos os problemas que precisa enfrentar com um ex neurótico, os problemas de saúde do avô e a timidez de se apresentar em público, ela irá se encantar por um amigo de seu primo, que possui um grande talento musical. Esse sentimento será algo totalmente novo, principalmente por ele ser bem diferente do seu ex-namorado. Após o fim do relacionamento ela começou a perceber que viveu muitas situações abusivas durante o namoro e nem percebia quão mal  ele fazia mal a ela e nem percebia.
As amigas mesmo distantes se fazem presentes seja por mensagens de textos ou ligações. É possível sentir através da narrativa o quão forte é a amizade. Deixando a leitura bem gostosa.
A escrita da Luiza Trigo é fluida, não é cansativa e pode perfeitamente ser feita em algumas poucas horas. Ela usa uma abordagem leve para temas tão complexos que muitos adolescentes vivem nessa fase da vida, auxiliando-os a vencer os medos e persistir em seus sonhos. Não há dúvidas que ela sabe se comunicar com o seu público alvo.
A protagonista vive todas as inseguranças comuns da idade, mas em nenhum momento isso deixa a narrativa cansativa ou deixa a personagem enjoada, pelo contrário é possível compreendê-la e sentir os medos que a impedem de realizar o seu maior sonho. Durante a leitura eu torci muito para que ela tomasse decisões acertadas que a ajudassem a solucionar ou aceitar os problemas que precisava enfrentar. De certa forma me vi de volta a adolescência ao ter contato com esse livro e eu gostei bastante dessa sensação.
A edição está muito bonita, a capa é bem atrativa para o público ao qual se destina e para todos que gostam de ficção infanto-juvenil. O tamanho da fonte está ideal e mesmo as folhas sendo brancas não fiquei incomodada. Ao final de cada capítulo tem algumas ilustrações de notas musicais o que confere um charme a mais e reforça ainda mais a paixão da protagonista pela música.
E falando do amor da protagonista pela música outro fato interessante é que o título dos capítulos são nomes de músicas, geralmente de pop rock e gostei bastante de vê-las interligadas com os assuntos dos capítulos. Ao final do livro a autora deixa um recado explicando que todos os livros da série possuem títulos que expressam as grandes paixões das protagonistas, além claro, de disponibilizar a playlist completa do livro.
A experiência de leitura foi bem agradável, estava procurando um livro menos denso e mais descontraído e este atendeu perfeitamente os requisitos. Recomendo a leitura para as adolescentes e para todos que gostam de ficção infanto-juvenil com um leve gostinho de Sessão da Tarde. O romance presente na obra é bem suave e gostoso de se acompanhar, portanto se você está em busca de uma leitura leve eu recomendo esse livro.

››

Facebook