Título: Criaturas Estranhas - Histórias selecionadas por Neil Gaiman
Autores: Vários
Editora: Fantástica Rocco
Páginas: 400
Ano: 2016
Se tem um autor que eu passei a admirar no último ano é Neil Gaiman. Aos poucos a lista de livros desejados dele vem crescendo e seu nome tem sido recorrente na minha estante. Logo que vi a capa de “Criaturas Estranhas” me vi interessada, o livro é uma seleção de contos escritos por outros autores e organizados por Neil Gaiman, se eu confio nele como autor sem dúvidas confio nele como leitor. A escolha foi certeira e o livro tem ótimos contos, alguns mais extensos e outros curtinhos, todos com criaturas estranhas, ou melhor, criaturas incríveis. Tem até mesmo um conto escrito pelo próprio Neil Gaiman.
O livro começa com uma introdução explicando de onde surgiu a ideia de organizar o livro. Neil Gaiman desde criança sempre fora apaixonado por museus. Sempre sentiu a falta da presença de unicórnios, lobisomens, morcegos-vampiros, entre outras criaturas no museu, mas ele sabia onde exatamente encontrá-los. Os livros sempre foram um lugar reconfortante, onde poderá sempre visitar e encontrar tais criaturas.
“Não existia um museu desse tipo, não naquela época. Mas eu sabia como visitar criaturas que nunca seriam avistadas em zoológicos, museus ou na floresta. Elas me aguardavam nos livros e nas histórias, escondidas dentro de vinte e seis caracteres e um punhado de sinais de pontuação. (...)”
Ao início de cada conto Neil Gaiman faz uma introdução falando um pouco sobre o autor e sobre o conto. Nada muito revelador, mas uma forma de envolver ainda mais o leitor no universo que será apresentado. Vou falar de forma breve sobre alguns contos aqui nessa resenha, mas outros eu irei entrar em mais detalhes na coluna "Te conto um conto" para que essa resenha não fique tão extensa.
O primeiro conto, não tem exatamente um título, é uma ilustração. No decorrer da leitura o título se torna auto-explicativo, o leitor se vê imerso em uma aura de suspense e um certo medo. Tudo começa quando uma certa mancha aparece na mesa do café da manhã, mas toda vez que alguém para de olhar para a mancha, ela se desloca e o pior ela cresce. O arranjo do conto é simples, mas não deixa de envolver com os seus mistérios.
O segundo conto é “As Vespas Cartografas e as Abelhas Anarquistas”, mas você deve estar se perguntando o por quê de uma história com seres tão comuns em um livro como esse? Até certa parte as abelhas e as vespas são comuns e seus comportamentos são coerentes com a realidade, porém existe algo mais por trás dessa história, um pouco de sobrenatural, política e organização social. Um texto de fato muito bem escrito.
“O Grifo e o Cônego Menor” está entre os meus contos favoritos nesse livro, primeiro por ter uma história envolvente e segundo por ser bem diferente de tudo o que já li. Quando um grifo motivado por saber como é sua aparência decide residir em um povoado no qual tem uma escultura feita em pedra semelhante a ele, todos os habitantes ficam apavorados e acabam elegendo o Cônego Menor para que converse com a poderosa criatura e impeça que devore a todos. O Grifo deixa claro que até a chegada do equinócio não há o que se preocupar, pois não pretende devorar ninguém até lá. Com o passar do tempo a população vai ficando cada vez mais apavorada e decidem resolver o problema com as próprias mãos. Só posso dizer que o autor teve uma sacada incrível e o desfecho é sem dúvidas a cereja do bolo.
Em breve trarei a resenha de outros contos desse livro aqui no blog, aguardem!
Em breve trarei a resenha de outros contos desse livro aqui no blog, aguardem!
