Resenha: Achados e Perdidos

01 outubro



Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Avaliação: 4,5/5 estrelas
Páginas: 352

Estamos de volta com a rádio King. Na programação de hoje temos Achados e Perdidos, parte 2 da trilogia Bill Hodges.

Como no primeiro livro, o capítulo de abertura é um ambiente isolado (mas relacionado) do restante da trama. Por um momento (um longo momento) você vai achar que achados e perdidos não tem nada a ver com Mr. Mercedes, e não tem mesmo.

Logo de ínicio, é 1978 e temos uma invasão domiciliar numa região mais rural, protagonizada por 3 jovens em roupas de esqui na casa de um escritor famoso que é muito recluso. John Rothstein é um best seller do The New Yorker devido ao sucesso dos livros de Jimmy Gold, que acha que os jovens que invadiram sua casa estavam apenas procurando dinheiro fácil. Mas ele estava enganado porque, a exemplo do que acontece em Misery, o fã número 1 de John Rothstein orquestrou a invasão visando justamente os escritos inéditos que imaginava que John Rothstein havia produzido ao longo dos 10 anos desde a última publicação.

Morris Bellamy foi mantido em um reformatório durante a adolescência justamente por invasão de domicílio e, após ser liberado por completar maioridade, resolveu invadir a casa do seu escritor favorito porque estava insatisfeito com o destino que Jimmy Gold havia tomado no terceiro livro da trilogia.

Após encontrar o dinheiro e os livros, um ato terrível é cometido e Bellamy foge com os espólios, sem ser descoberto pelo seu crime. Ele procura um antigo amigo que havia indicado que os livros inéditos valeriam muito no mercado de colecionadores, mas este mesmo amigo se mostra nervoso e desesperado quando Morris conta o que fez.

Assim, só resta ao Morris paranóico esconder o dinheiro e os livros. Mas ele sai de si e acaba preso, não por causa de Rothstein mas de um estupro.

2010 - Uma das famílias que sofreram com o ato do Assassino do Mercedes (livro 1) é a de Peter Saubers, que curiosamente mora na mesma casa que Morris morava antes de ser preso. As coisas não andam bem desde que o pai de Peter ficou aleijado devido ao massacre do City Center: Ele não consegue trabalhar, briga com a esposa e falta renda para a família. Por acaso, Peter encontra um tesouro escondido no fundo de casa, um tesouro que pode salvar a família da ruína.

A história fica alternando entre a infância e juventude de Peter Saubers com o dinheiro e livros achados e os anos de força e virilidade de Morris Bellamy perdidos na prisão, sem nenhuma menção do livro 1, exceto pelo fato de o pai de Peter ter sido vítima da primeira tragédia.

Entretanto, as coisas não estão para ficar assim porque o dinheiro encontrado está para acabar, mas os gastos da família Saubers não, e com isso Peter precisará tomar atitudes mais ousadas para ajudar a família, colocando em risco muitas vidas.

É aí que entram nossos queridos detetive aposentado Bill Hodges e sua fiel ajudante Holly Gibney.
Eles surgem para ajudar Peter e daí para frente o livro acelera de uma forma impressionante.

Uma das coisas curiosas desta trilogia é que King revisita diversos de seus sucessos: Em Mr. Mercedes ele faz jus aos seus livros de carros assassinos, já em Achados e Perdidos há uma remontagem clara de Misery, com o fã obcecado pelo protagonista de forma que quer obrigar o autor a escrevê-lo como ele gostaria que fosse.

Outro ponto chave é que livros do mestre King geralmente começam lentos e quase entediantes mas tendem a acelerar ao longo da leitura, chegando em um ponto em que é quase impossível parar de ler de tanta emoção e curiosidade. A trilogia não fica para trás: Na verdade ela acelera mais rápido do que a maioria dos livros dele e acaba sendo uma leitura muito rápida e empolgante. 

Por último: As coisas acontecem... Pode até parecer que inventaram isso hoje (As Crônicas de Gelo e Fogo por exemplo) mas neste livro, as coisas acontecem. Pessoas importantes morrem inesperadamente, as coisas dão errado para o protagonista, a salvação final fica por um fio e a esperança é depositada no acaso, caro leitor.

E nunca se esqueçam, amiguinhos: "ESSA MERDA NÃO QUER DIZER MERDA NENHUMA"

Se você ainda não leu esta trilogia de Stephen King, saiba que está perdendo um tempo valioso. Se já leu, comenta aí o que achou do livro e da resenha.


Até a próxima.


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