Resenha: Eleanor e Park

12 setembro

Título: Eleanor & Parker
Autora: Rainbow Rowell
Editora: Novo Século
Páginas: 328
Ano: 2014
Classificação: ✭✭✭✭ 

Sempre tive vontade de conhecer a escrita da Rainbow Rowell, eu ouvi falar dela pela primeira em um vídeo no canal da Tatiana Feltrin já faz uns quatro anos e naquele momento acrescentei o livro Eleanor e Park a minha lista de leituras futuras. O tempo passou e acabei adiando a leitura, até que por um acaso do destino os livros da autora passaram a fazer parte do Kindle Unlimeted e claro não poderia perder essa chance. E como estou arrependida de não ter lido antes, que leitura boa.

Eleanor e Park é um livro jovem adulto (young adult - YA) que me prendeu pela sutileza como foram inseridos temas tão complexos, sem tirar o peso do drama que os personagens carregam. Eleanor é nova na escola de Park e quando ela pega o ônibus pela primeira vez se vê perdida para encontrar um lugar para se sentar e Park acaba cedendo o assento ao lado dele, mas ele acaba não ficando muito confortável com a situação. A princípio eles não trocam nenhuma palavra e logo, Park percebe que Eleanor está lendo os quadrinhos que leva para ler no caminho da escola, o que acaba levando-o a emprestar algumas HQs a ela e assim começa a surgir uma amizade entre os dois.

A historia se passa na década de 1980 e o foco do livro é na história de Eleanor que vem passando por muitas turbulências, após ter sido expulsa pelo padrasto de casa, a mãe dela acaba convencendo-o a aceitar a filha novamente e esse retorno não está sendo nada fácil. Ela enxerga a situação vivida pela família de uma forma diferente da mãe, Eleanor vê o quão mal o padrasto os trata, chegando até mesmo agredir a mãe diversas vezes. Sem contar que a condição financeira não é nada favorável, além disso a família é grande e Eleanor é a irmã mais velha, de certa forma ela acaba se sentindo responsável por manter os irmãos seguros. O pai de Eleanor não tem a menor intenção de cuidar dos filhos e pra falar a verdade não dá a mínima a eles. Com isso eles não tem a quem recorrer. A vida na escola também não é nada razoável, já que Eleanor é vítima de bullying por ser ruiva e grande, como é descrita no livro. Por ser de família pobre suas roupas também destoam dos demais por sempre personalizá-las para esconder os desgastes, seus cabelos cacheados também estão sempre desgrenhados. Ela acaba passando por maus bocados por isso.

A mãe de Park é coreana e o pai caucasiano, o que o difere bastante do restante das pessoas que moram no bairro e estudam na escola já que a maioria são negros. Park sofre um pouco para encontrar a sua identidade em meio a tudo isso, principalmente por seu pai ter sido um militar e cobrar dele de forma rígida. Ao contrário de Eleanor a estrutura familiar de Park é bem estruturada, a princípio eles oferecem um pouco de resistência a Eleanor, mas acabam recebendo-a bem e sempre ajudando-a.

Uma leitura incrível que eu amei ter realizado. O desenvolvimento da historia é um pouco lento e aproximação de Park e Eleanor acontece de forma gradual, já nesse ponto a autora me conquistou, já que o romance dos dois não é nada clichê. Me envolvi de tal forma no universo dos personagens que me vi torcendo e vibrando pelos dois. Por mais que a história seja um YA é tudo tao bem dosado  e proporcional que acredito que irá agradar leitores de todas as idades.

Preciso dizer que o final não é feliz. Por mais que quisesse que tivesse mais algumas páginas pela frente a autora encerrou o livro de forma magistral. Alimentou um pouco de esperança e acalmou o meu coração. A beleza do livro reside justamente na forma que essa história de amor é contada e em todo o drama vivido por Eleanor, os protagonistas se ajudam de forma mútua e encontram conforto na companhia um do outro. Recomendo a leitura sem restrição de idade, vale a pena conhecer esse livro. 


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