Resenha: Munique

30 julho

Já pensou como seria se Hitler fosse morto ou deposto antes de o início da segunda guerra? Será que haveria uma guerra? No livro Munique, ficção histórica de Robert Harris, temos a narrativa do tão subestimado acordo de Munique, assinado em setembro de 1938, tratando sobre a ocupação alemã na região dos sudetos na Tchecoslováquia.

Primeiramente, gostaria de dizer que nunca fui um grande fã de história na escola por causa do padrão de jogar uma tonelada de informações para decorar de forma desinteressante. Redescobri uma maneira de aprender sobre a história por meio da ficção histórica, que te traz informações sobre fatos mas de uma forma interessante, conectada e não empurrada garganta abaixo como um bolo de farinha seca. Isso, porque a ficção histórica traz os elementos importantes da nossa história mesclados num ambiente ficcional cheio de tramas, intrigas, aventuras e dramas. Nesse contexto, Robert Harris escreve uma história de 4 dias que se passam antes e durante o acordo de Munique. A história é contada em dois frontes: acompanhando Hugh Legat, secretário do primeiro ministro inglês na Inglaterra e também acompanhando Paul Von Hartmann, terceiro secretário do Ministério do Exterior alemão. A essa altura, a Áustria já foi incorporada pela Alemanha, Mussolini já é um grande aliado de Hitler e esse ameaça invadir a Tchecoslováquia para incorporar o território dos Sudetos, dada a quantidade de alemães que vivem naquele território e que tem migrado para a Alemanha.

Após ameaças de Hitler, o primeiro ministro inglês Chamberlain se vê numa situação complicada, uma vez que as forças armadas inglesas não se encontram preparadas para uma guerra mundial. O problema é que há um acordo de apoio à França, caso a mesma entre em conflito e a França entrará em guerra contra a Alemanha caso a mesma invada a Tchecoslováquia. Na busca pela paz, Chamberlain propõe uma conferência para acertar a transferência do território requerido por Hitler, com participação de França, Inglaterra, Alemanha e Itália, de forma a manter a paz na Europa. É importante lembrar que a primeira guerra ainda é recente e os povos ainda lembram dos horrores causados.

A questão é que Hartmann secretamente participa de um grupo que quer depor Hitler e a assinatura desse acordo de paz é um entrave para o golpe que planejam. Devido aos anseios populares pela paz , o grupo acredita que a insatisfação popular pela deflagração de uma guerra apoiaria a derrubada de Hitler. Para evitar o acordo de Munique, toda uma alavanca de contatos é movida de forma a promover o reencontro de Hartmann e Legat, amigos da época da faculdade que há muito não se falam.

O livro é recheado de tensão do início ao fim, escalando rapidamente nas páginas finais. Uma experiência única que nos deixa nervosos por toda a leitura, sem uma trégua sequer. A todo momento, o medo de dar errado, de Hitler ter um surto de loucura, de Hartmann ser preso acompanham o leitor e tornam a leitura emocionante. Também a precisão na descrição dos lugares, ruas, pessoas é impressionante. Em alguns momentos me senti andando pelas ruas da Alemanha nazista. 

Como ponto negativo da minha experiência, senti falta somente de uma nota do autor ao final do livro esclarecendo quanto do texto é real e quanto é ficção, hábito frequente e agradável nos livros de Bernard Cornwell para esclarecer a história.

Recomendo demais essa obra e o gênero de ficção histórica como fonte de entreteinimento ao mesmo tempo que de conhecimento. Une o útil ao agradável e dá uma lição para as escolas sobre educação de história.

Deixe nos comentários suas impressões e opiniões, vamos falar sobre essa obra fantástica.

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1 comentários

  1. Oi, como vai?
    Também nunca fui muito fã de história, aprendi a gostar mesmo ano passado, acho bem interessante.
    O livro parece ser bem legal e interessante.

    Beijos!
    https://sentimentos-de--uma-garota--bipolar.blogspot.com.br

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