Te Conto um Conto [Mês do Terror]: O Baile da Morte Vermelha - Edgar Allan Poe

05 outubro


Fala aí queridos Rascunheiros,

Como vocês já devem ter percebido, eu amo esse mês e gosto muito do Halloween, principalmente porque eu associo alguns dos melhores momentos na vida a leituras/jogos de terror que já experimentei. E como não tem sido diferente, eu vim aqui trazer pra vocês uma coletânea de contos do nosso ilustríssimo Edgar Allan Poe, contidos na obra Medo Clássico, publicada pela editora Darkside. Essa obra consiste numa coletânea de trabalhos do autor (não contém todos porque são muitos) e é uma edição para se colecionar, visto que tem um trabalho editorial impecável, com capa dura, ótima diagramação, detalhes em fio de ouro e outras cositas mas.

Como eu já havia lido alguns dos primeiros contos, abri este livro diretamente no primeiro que eu não conhecia, aqui chamado de "O Baile da Morte Vermelha". Em outras traduções é chamado também de "A Máscara Vermelha da Morte", uma tradução literal do título original. Neste conto muito curto (menos de 10 páginas neste livro), vemos aquele tom extremamente sombrio e mórbido, característica ímpar de Poe na medida em que ele traz uma história que aborda a peste. Num período da história da humanidade em que surgiram as cidades e as mesmas começaram a ganhar massa populacional, frequentemente a raça humana se via vítima de mini eventos de extinção, dado que a higiene e o saneamento eram precários e as aglomerações facilitavam a disseminação das doenças rapidamente. 

O exemplo mais conhecido foi a peste negra, um evento que chegou a dizimar cerca de um terço da população da Europa da idade média. Neste conto Poe usa de evento semelhante, e com o surgimento e avanço da peste, o protagonista Príncipe Próspero se isola em um castelo com cortesãos e gente da alta sociedade, como uma forma de quarentena invertida, em que se isolaram os indivíduos ricos/nobres saudáveis do resto do mundo. Vivendo isolados do resto do mundo e no luxo habitual, o príncipe planejou um baile de máscaras para entretenimento dos confinados. E aí entra toda a morbidez típica de Poe. A descrição do baile mais parece um mausoléu do que uma festa. E há o maldito relógio de pêndulo. Como o conto é curto, não posso contar mais para não estragar o final, mas admito que nem toda obra de um grande autor é uma grande obra. Este é o caso com O Baile da Morte Vermelha, que nem de longe se iguala à qualidade de outras obras do autor. Não digo que foi uma experiência ruim, mas também não impressiona. Difícil dizer, mas acredito que tenha sido mal desenvolvida, poderia ganhar mais umas páginas e surgir um final melhor. Uma pena. Creio que os próximos contos agradarão mais.

De toda forma, é válida como experiência de conhecer a obra completa do autor, além de ser bem curtinha e não se tornar um arrependimento pelo tempo curto gasto.
Até a próxima pessoal, comentem aí se já leram algo do autor e se gostaram.

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