[Mês do Terror] Resenha - O Ceifador

19 outubro


Título: O Ceifador
Autor: Neal Shusterman
Editora: Seguinte
Ano: 2017
Páginas: 448

Quando recebi da editora Companhia das Letras do selo Seguinte o livro "A Nuvem" fiquei tão interessada na história que a primeira coisa que fiz foi procurar o primeiro volume da série Scythe, "O Ceifador", para comprar. Assim que chegou eu iniciei a leitura, porém como estava em uma fase não muito boa para leitura, pouco tempo e muitos problemas, acabei colocando o livro um pouquinho de lado, mas assim que fui me restabelecendo retomei a leitura de pronto e não demorei para encerrá-la. Posso afirmar que leitura incrível!

Eu decidi trazer a resenha do primeiro livro no especial de Halloween por ter como tema central a morte, porém não classifico-o como terror, talvez se classifique melhor como distopia. No universo em que a história se apresenta a humanidade se tornou imortal, não existem mais doenças e de tempos em tempos as pessoas podem se restaurar para parecerem mais jovens. Uma grande inteligência artificial, que tudo vê, denominada Nuvem rege a população e possibilita a imortalidade. A única organização que não está diretamente sobre o seu controle da Nuvem é a Ceifa, que são os responsáveis por selecionar quais os humanos irão morrer, sim caros leitores, uma organização para controlar a morte, com a imortalidade uma superpopulação tornaria a vida em sociedade inviável. Os ceifadores são responsáveis por escolher quem irão coletar e precisam cumprir uma "cota" de mortes.

Para fazer parte da Ceifa existe um rigoroso treinamento e para alguém se tornar ceifador é necessário que seja escolhido por um membro da organização. Normalmente, são escolhidas pessoas que não desejam ser ceifadores, porém que possuem boa índole. Foi pensando nisso que o ceifador Faraday decidiu treinar Citra e Rowan, os dois precisam passar por um longo treinamento para então se tornarem ceifadores. Porém, esse percurso não será fácil para nenhum dos dois.

A escrita de Neal Shusterman é simplesmente viciante, flui tão bem que mal percebi o tempo passar e estava tão envolvida com o enredo que as mais de quatrocentas páginas pareceram poucas para tamanha genialidade do autor. Quando mencionei que iria ler a série muitas pessoas me falaram que a leitura era muito boa, mas não consegui imaginar o quanto eu iria gostar.

Citra e Rowan são personagens cativantes, mas os demais personagens que vão ganhando destaque ao longo do livro são igualmente envolventes. É difícil se por no lugar deles que precisam escolher quais as pessoas irão selecionar para por fim a vida, uma profissão que é difícil de se imaginar. O autor consegue expressar isso muito bem em seu livro, as dores, as dificuldades e as dúvidas dos dois jovens que precisam passar por todo um treinamento para se tornarem algo que nunca desejaram.

É difícil escrever distopias originais com tantos livros que precederam com tamanha qualidade e estou dizendo isso pensando nas distopias clássicas. Claro que existem as referências, mas com certeza até o momento a série Scythe se manteve original e me deixou bem satisfeita. Se estou curiosa para ler o segundo volume? A expectativa agora está ainda mais alta e espero que seja atendida. Se recomendo? Claro, se você gosta de distopias essa é uma leitura que irá valer a pena.

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