Resenha: Hippie

24 agosto

Livro: Hippie
Autor: Paulo Coelho
Editora: Paralela
Páginas: 296
Ano:2018

Despindo de preconceitos literários decidi ler o livro Hippie do Paulo Coelho. Sim, você não leu errado, decidi dá uma chance a um dos autores brasileiros que possui um grande destaque no cenário internacional de literatura, mas por aqui muita gente ainda torce o nariz quando o seu nome é mencionado (por vezes, estive dentre essas pessoas). No passado tentei ler outro livro do autor, porém naquele momento a experiencia não me agradou tanto, em contrapartida Hippie veio para mudar um pouco essa primeira impressão.

O livro é autobiográfico (na sinopse é descrito como "mais autobiográfico") traz um pouco do movimento hippie do qual o autor participou ativamente. Confesso que pouco sabia sobre a vida de Paulo Coelho antes desse livro e tao pouco sabia sobre o movimento, além claro, de ter ouvido muito sobre Woodstock, mas esse foi o primeiro livro que li sobre o tema e adianto que gostei muito. 

O movimento hippie surgiu na década de 1960 e ganhou força pelo mundo. Os jovens que se estavam se juntando ao movimento eram mal vistos pela sociedade, eles nao se preocupavam com a aparência física, muitas vezes usavam cabelos compridos e roupas coloridas. Os hippies tinham como lema "paz e amor", contestavam a sociedade comunista e muitos nao possuíam residencia fixa. O primeiro festival Woodstock aconteceu em 1969, a princípio para o evento era esperado um público de 200.000 pessoas, porém o evento superou a expectativa e atingiu um público de mais de 500.000 pessoas o que levou as cercas a serem derrubadas tornando-o gratuito. Após essa curta explicação sobre o movimento, vamos ao livro.

Nos primeiros capítulos é apresentado o jovem Paulo que sonha em ser escritor e que já havia passado por diversas situações difíceis em sua vida, como internações em hospitais psiquiátricos e interrogatórios feitos pela polícia. Seu sonho de ser escritor levou-o a uma vida diferente da que a sociedade em que nasceu esperava que ele seguisse e com isso precisou enfrentar algumas situações adversas. Essas histórias são lembradas por Paulo quando está prestes a passar pela polícia para entrar em Amsterdã, ainda com um certo medo devido aos acontecimentos anteriores. Passando por isso, ele entra na cidade e aí o leitor é convidado a conhecer ainda mais sobre o movimento hippie e o magic bus.

"Muitas são as emoções que movem o coração humano quando ele resolve dedicar-se ao caminho espiritual. Pode ser um motivo nobre - como fé, amor ao próximo ou caridade. Ou pode ser apenas um capricho, o medo da solidão, a curiosidade ou a vontade de ser amado."

O livro é cheio de frases de efeito, impossível ler sem sair marcando milhões de trechos. Além disso, traz muitos detalhes sobre o preconceito sofrido pelos hippies só por defenderem uma filosofia de vida diferente do imposto pela sociedade tradicional. É um diário de viagem que transporta o seu leitor para uma parte do passado que é de fato mágica. A busca espiritual é um dos temas centrais desse livro e se constrói aos poucos. Por mais que o livro seja autobiográfico a narrativa é feita em terceira pessoa, criando assim voz para os outros personagens. Outro aspecto positivo é o fato que o autor em nenhum momento se engrandeceu durante a narrativa para passar a imagem de herói, é apenas um jovem que está criando uma visão de mundo nova.

Esse não é um livro que classifico como indispensável, uma boa leitura para aprofundar sobre a cultura hippie, sobre as viagens e busca espiritual. Em uma outra oportunidade com certeza irei buscar algum um outro livro pra ler e sem preconceitos.

Você pode gostar

0 comentários

Facebook