Te conto um Conto: Um bom Casamento (Escuridão Total Sem Estrelas)

02 junho

         Fala pessoal, em outubro de 2017 eu fiz uma série de resenhas sobre os contos do livro de Stephen King, Escuridão Total Sem Estrelas. Só que na correria da vida acadêmica, acabou faltando a resenha do quarto e último conto, Um bom casamento.
          Se você  não sabe do que estou falando, confira aqui as resenhas de 1922, Gigante do Volante e Extensão Justa, para entender que quando se trata da perversidade humana, parece que não existem limites e que, no momento mais escuro de uma pessoa, toda a expectativa pode ir por água abaixo.
         Você algum dia já se questionou o quão sozinho você está? Você tem filhos, marido/esposa, irmãos, pai/mãe, primos, amigos, mas ninguém está 100% por dentro da sua vida além de você. Por mais aberto e receptivo, por mais intimista que seja um casal, você nunca conhece 100% da vida, ideias e pensamentos de outra pessoa. Você pode até viver junto com alguém por 25, 50 anos e jamais saber tudo sobre essa pessoa. Um pensamento um pouco obscuro e solitário, não é? Eu me questiono com frequência, quanto  da vida de alguém que eu realmente gosto é mistério, se aquela pessoa não seria, de fato, um desconhecido para mim.
         Foi exatamente esse questionamento que Darcy se fez durante aquele fatídico dia em que estava sozinha em casa vendo TV e precisou de pilhas novas para o controle. Não encontrava em nenhum lugar da casa e foi até a garagem de Bob, seu esposo, porque sabia que lá encontraria as benditas pilhas. Bob tinha viajado para avaliar uma coleção de moedas da Segunda Guerra, era um colecionador de moedas, tinha uma paixão numismática. Estando ela sozinha, precisou ir até a garagem, que era domínio de Bob e que ela pouco conhecia, atrás de pilhas. Mas o que ela descobriu lá não foi nada agradável. Darcy, que em 2009 completara 25 anos de casada com Bob, o qual conhecera durante o trabalho na juventude e que compartilhava a mesma paixão do pai dela por coleções de moedas, jamais suspeitou que existissem segredos entre eles. Descobriu um deles tropeçando numa caixa na garagem. Espantou-se pelo fato da caixa estar fora do lugar, dada a organização quase maníaca de Bob. Espantou-se ainda mais com o conteúdo da caixa, que ela poderia apenas ter empurrado de volta para debaixo da bancada e esquecido. Mas não, viu um catálogo de tricô e quando o pegou, viu outros catálogos dela. Bob afirmava que Darcy era compulsiva por catálogos de compras (e as compras também) e a repreendia por isso. Recuperando seus queridos catálogos (que acabariam na lixeira, assim que Bob voltasse), Darcy descobriu algo que não era um catálogo. Uma revista pornográfica, e mais que isso, uma revista de sadomasoquismo. A princípio julgou ser apenas curiosidade masculina, talvez por medo da descoberta inesperada. Depois de muito pensar a respeito, decidiu deixar para lá, sabendo que para preservar um casamento de 27 anos, era preciso deixa para lá certos acontecimentos de importância menor. Empurrou a caixa de papelão com as mãos, pressionando-a contra a parede de volta ao lugar que deveria estar. Ouviu um baque surdo, e isso só a deixou mais paranóica. Não queria conferir, então voltou para dentro da casa. Atendeu um telefonema do filho falando do sucesso nos negócios. Após a curiosidade falou mais alto e conferiu o motivo do baque surdo e não gostou do que encontrou. E você leitor, também não vai gostar. 
         Parada para respirar, a escrita do King é muito descritiva, criando uma zona de suspense, além de fazer com que até mesmo os menos inventivos criem uma imagem mental do ambiente da cena do livro. É quase como ver um filme enquanto lê. Voltando ao conto, Darcy achou um pequeno esconderijo no rodapé e, dentro dele, uma caixinha de madeira que ela reconheceu como um presente  que ela dera a Bob uns 5 anos antes  para guardar abotoaduras. Abriu a caixinha e encontrou três cartões de plástico presos por um elástico. Um de doador de sangue, um da biblioteca de North Conway e uma carteira de motorista, todos no nome de Marjorie Duvall. Mas QUEM era Marjorie Duvall? Como Bob a conhecia? Porque o nome não era estranho a Darcy e o mais importante: POR QUE estes documentos estavam escondidos nas coisas de Bob?
         O desenrolar dessa história, deixo para vocês descobrirem no conto de 87 páginas e prometo que quem ler não vai se arrepender de descobrir o desfecho eletrizante. Há também um filme de 2014 baseado no conto e de mesmo nome que, infelizmente não tem uma boa nota no IMDB, confira o link aqui.
           Então é isso, fechamos aqui esse que já é um dos meus favoritos de Stephen King. Deixem nos comentários o que vocês acham que acontece na sequência e o que acharam da resenha e até a próxima. 

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2 comentários

  1. Oii!
    Ainda não li nada do King, principalmente porque o gênero que ele escreve eu não curto muito rs Mas preciso confessar que fiquei bem curiosa para descobrir as resposta que permearam a cabeça de Darcy. Realmente, a gente nunca conhece de verdade uma pessoa!

    bjs
    https://blogperdidanasnuvens.blogspot.com/

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  2. Oi, tudo bem?
    Ainda não tive a oportunidade de ler nada do King por mais que eu tenha vontade. O mais perto que cheguei das obras dele, foi através das adaptações pra cinema ou Netflix. Mas pretendo mudar isso antes de sair It parte 2 no cinema.

    Bjs
    Blog Tell Me a book

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