Resenha: Segunda Fundação
26 fevereiro
Então vamos
falar sobre o livro Segunda Fundação que na minha opinião é o melhor dos três livros do box.
Lembrando que se você ainda não leu os outros dois volumes da triologia
Fundação eu não recomendo a leitura dessa resenha.
Hari Seldon foi
um psico-historiador (um cientista social) que através de cálculos matemáticos
percebeu que o grande Império Galáctico estava com os seus dias contados, era
impossível impedir essa queda, mas os anos de trevas que sucederiam a queda
poderiam ser reduzidos de trinta mil anos para apenas mil anos. Criou assim um
plano que iria conduzir esses mil anos para o renascimento de um novo Império,
para isso estabeleceu duas Fundações uma em Terminus composta por cientistas
físicos e outra na extremidade oposta da galáxia composta por cientistas
Social.
O foco do
primeiro livro é exclusivamente na primeira Fundação, na verdade nem chega a
mencionar a existência de uma segunda. Os primeiros homens a governar a
Fundação interpretam o plano de Seldon e possibilitam que o mesmo siga em frente.
A ciência e a tecnologia são aprimoradas e usadas a favor da Fundação afinal
sua população é composta de cientistas, com isso acaba criando a ideia de
invencibilidade e que o Plano de Seldon é superior a tudo.
No segundo livro
a estrutura social e econômica da Fundação sofre uma transformação e já não
existe mais a criatividade e o vigor dos primeiros anos da mesma. Ainda assim,
na ultima batalha travada contra o Império (comandados pelo general Bel Riose)
a Fundação sai vitoriosa. Alguns anos depois eis que mais uma vez a estrutura
política da Fundação muda, já não existe mais as eleições para prefeito e o
cargo é passado como herança e é na terceira geração de prefeitos Indbur que
surge o mutante que se chama Mulo, uma ameaça que nem mesmo Seldon foi capaz de
prever e acaba abalando a estabilidade do governo regente. O Mulo acaba derrotando
a Fundação e inicia sua busca incansável pela Segunda Fundação e ao final do
segundo livro, prestes a descobrir sua localização é detido por Bayta Darrel,
por quem teve uma forte afeição.
O mutante não é
de desistir facilmente e é no terceiro livro que ele irá continuar a sua busca.
O Capitão Han Pritcher é usado para esses fins, ele nos foi apresentado no
segundo livro e realizou uma tentativa de matar o Mulo, sem sucesso e foi
submetido ao controle mental de seu inimigo. Ao lado de Bail Channis um “não
convertido” eles vão em busca da segunda Fundação. O Capitão fica em dúvida do
motivo que ele precisa trabalhar com Channis e se questiona várias vezes, ele
mal consegue lembrar de como era antes do domínio mental do Mulo. Assim eles
seguem para Finstrel (fim da estrela) onde seria a possível localização da
segunda Fundação. As perguntas que nos guiam ao longo do terceiro livro são: se
nem mesmo a psico-história de Seldon foi capaz de prever as mutações do Mulo
qual será o destino da Fundação? E qual é o objetivo da Segunda Fundação que
surpreendeu tanto Ebling Mis no final do segundo livro? Será que a Segunda
Fundação está preparada para enfrentar essa ameaça? Quais são os planos e
objetivos da Segunda Fundação?
A minha sensação
ao encerrar o terceiro livro dessa coleção é de admiração, havia lido apenas um
livro de Asimov e agora quero ler todos. As expressões que definem o terceiro
livro são: Uau! Como assim? Quero mais. Que universo incrível Isaac Asimov criou,
como a história é conduzida e como tudo se encaixa é surpreendente.
Observamos ao
longo do livro semelhanças com histórias do nosso mundo, erros que se repetem
ao longo dos anos, a forma como a ciência, a política e a economia caminham e as
reações das grandes massas. Na psico-história não existe nenhuma fórmula
matemática que é capaz de prever como um único indivíduo irá reagir a
determinadas situação, o ser humano se for analisado de forma individual é
imprevisível e para que o plano de Seldon desse certo era necessário considerar
o comportamento das grandes massas. Existia então a necessidade de algo para
guiar esse comportamento e é esse o papel do Plano Seldon. Seguir um plano não
é uma tarefa fácil ainda mais quando tudo deve ser conduzido às escuras. Não
posso falar muito para não ter spoilers, mas essa coleção já está entre os meus
livros preferidos e pretendo em breve comprar a sequência de quatro livros que
Isaac escreveu alguns anos depois para complementar a triologia.
Rolam boatos que
a HBO irá produzir uma série da Fundação dirigida por Jonathan Nolan. Alguns
anos atrás já cogitaram em produzir filmes e até mesmo a Sony comprou os
direitos autorais, mas as produções não saíram do papel. Vamos torcer para que
dessa vez a produção aconteça e esperar o melhor da HBO.
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