Resenha: A Caçadora de Dragões

11 junho

Título: A Caçadora de Dragões
Autora: Kristen Ciccarelli
Editora: Seguinte
Páginas: 398
Ano: 2018

A literatura fantástica sempre esteve presente em minha vida de leitora, ainda na infância histórias com criaturas e seres mágicos já me encantavam. Já na vida adulta os livros do gênero ainda se fazem presentes, vide meu histórico de leitura que não me deixa mentir. Algumas pessoas até estranham quando eu falo que sou fã de Harry Potter e me questionam se eu não "amadureci" meus gostos. Na minha opinião não existe idade para se ler o que gosta, há quem julgue, mas o importante é a felicidade do leitor. Para mim não existe leitura mais agradável, quando um autor cria um universo único e insere personagens fortes e decididos, além claro, de incluir criaturas mágicas, é bem provável que a leitura irá fluir muito bem. Então, volto a reafirmar que adoro ler literatura fantástica e independente da minha idade será um gênero que sempre irei me sentir confortável. Dito isso, vamos ao que de fato interessa.

Quando recebi "A Caçadora de Dragões" da Kristen Ciccarelli me interessei logo de cara e posso adiantar que foi uma leitura agradabilíssima. A trama gira em torno de Asha, a temida caçadora de dragões e filha do rei de Figaard. Ela pode até ser uma princesa, mas não se parece em nada com as princesas convencionais que estamos tão habituados. Ela é forte e decidida, não mede esforços para alcançar seus objetivos e está disposta a fazer qualquer coisa para se ver livre do casamento arranjado que está prestes a ser envolvida. 

Sua relação com os dragões vem da infância, quando tinha pesadelos a noite sua mãe não via outra saída senão contar-lhe histórias antigas para acalmá-la. Porém, tomar conhecimento dessas histórias pode ter um preço alto, já que as mesmas são proibidas no reino desde que os dragões se tornaram inimigos. Os dragões se sentem atraídos por contadores de histórias e ao ouvir uma história o dragão fica ainda mais forte, ou seja, destruição garantida. Quando ainda era pequena Asha atraiu o primeiro dragão, Kozu, o mais forte de todos e como consequência grande parte do reino foi destruído. Por causa do episódio ela ficou conhecida como Iskari, que nas histórias antigas era aquela que levava a destruição. Ela carrega dentro de si uma grande dor pelas mortes que aconteceram naquele episódio e desde então começou a se dedicar exclusivamente a caçar dragões.

"... Era uma menina triste. Aonde Namsara levava risadas e amor, Iskari levava destruição e morte. Quando Iskari aparecia as pessoas se escondiam em suas casas. Quando falava, todos chorava. Quando ela caçava, nunca errava o alvo."

Quando o pai de Asha lhe atribuiu a missão de matar Kozu em troca de se ver livre do casamento que estava prestes a acontecer, ela aceitou a tarefa de bom grado. Assim dá início a sua jornada, que nem de longe seria simples, mas ela estava disposta a fazer qualquer coisa para se ver livre do casamento. Além disso, matar o dragão que lhe acarreta tanta dor parece até mesmo ser um bônus.

Logo no início me vi envolvida por toda essa trama, imaginava que grandes reviravoltas estava por vir, mas ainda assim me surpreendi em muitos pontos. Asha é uma garota que faz acontecer, ela enfrenta os seus monstros internos diariamente e ainda quando se trata de matar dragões ela sempre está um passo a frente. Se ver como a personificação da destruição não é fácil, mas a sua missão entre tantas outras coisas conduz-a uma jornada interior, fornecendo-a uma claridade maior sobre tudo o que está acontecendo em sua vida.

É óbvio que existe um romance proibido nessa história, na verdade não só um, afinal como em todos os gênero existem clichês. Não irei entrar em detalhes, mas digo que o romance em si não é a tábua de salvação para a protagonista desse livro. Ele compõe sim a construção da personagem, chega a mudar algumas atitudes dela, mas nada que me fizesse 'vomitar arco-íris' ou tirar a credibilidade dela como uma mulher empoderada. Afinal, vale ressaltar mais uma vez que feminismo não se trata de superioridade feminina, apesar dessa confusão ser comum até hoje.

A leitura foi incrível, me lembrou até mesmo de uma outra história com dragões que li na adolescência e que muito me agradou, fiquei com vontade de relê-la, mas isso é outro assunto, depois irei falar um pouco sobre esses livros aqui no blog. "A Caçadora de Dragões" é o primeiro volume de uma série, e claro, estou curiosa para saber o que vai acontecer nos próximos volumes, mas só me resta torcer para não demorem pra sair (espero que a autora atenda as preces de seus leitores, risos).

Não posso deixar de mencionar que amei a arte da capa, achei que ficou muito bem concisa com o tema do livro e a escolha do vermelho ressaltou ainda mais o que o livro traz. Ouso dizer que gostei bem mais do que a capa internacional. Com relação aos outros detalhes gráficos como tipografia, qualidade do papel e fonte está tudo incrível, não há o que reclamar. As histórias antigas ganharam capítulos que as destacam e são interessantíssimas.

Deixo aqui a minha indicação para os amantes da boa e velha literatura fantástica, acredito que não irão se arrepender ao realizar essa leitura.

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