Resenha: O Menino no Alto da Montanha
21 marçoSinopse: Quando Pierrot fica órfão, precisa ir embora de sua casa em Paris para começar uma nova vida com sua tia Beatrix, governanta de um casarão no topo das montanhas alemãs. Mas essa não é uma época qualquer: estamos em 1935, e a Segunda Guerra Mundial se aproxima. E esse não é um casarão qualquer, mas a casa de Adolf Hitler. Logo Pierrot se torna um dos protegidos do Führer e se junta à Juventude Hitlerista. O novo mundo que se abre ao garoto é cada vez mais perigoso, repleto de medo, segredos e traição. E pode ser que Pierrot nunca consiga escapar.
Antes de ler “O
Menino no Alto da Montanha” meu primeiro e único contato com John Boyne havia
sido através do livro “O Menino do Pijama Listrado”, esta foi uma leitura
devastadora que me emocionou bastante. Desde então tinha um certo receio em ler
outras obras dele e não gostar muito, porém quando me deparei com o lançamento
do livro “O Menino no Alto da Montanha” não hesitei em comprar, devido a
similaridade no título e por mais uma vez ser ambientado na época da segunda
guerra mundial. A qualidade da escrita não me decepcionou, a segunda guerra
mundial pode ser o pano de fundo dos dois livros, porém a originalidade e a
distinção da temática em nenhum momento deixou a desejar. Posso dizer que foi
uma leitura enriquecedora e tão boa quanto a primeira, mesmo não tendo me
levado às lágrimas.
O livro em
questão mexeu comigo, o protagonista (Pierrot) passa por uma desconstrução de
sua personalidade que é moldada devido
ao meio e as circunstâncias no qual está submetido. Uma criança pura, com boas
intenções que passa por diversas situações que nenhuma outra deveria passar,
como a perda dos pais e, ainda envolto por uma guerra tenebrosa, se ver
buscando um lugar para chamar de lar, querendo atenção e eis que passa a morar
na casa de ninguém menos que o Hitler. A partir desse ponto a inocência de
Pierrot aos poucos vai dando espaço para a ambição e a necessidade de suprir a
falta da imagem paterna que o faz ter convicção de que está seguindo pelo
caminho certo. Aos poucos vai deixando de ser Pierrot o garoto francês para se
tornar Pieter o garoto alemão que sonha em ser como o Hitler.
Todos os
personagens são instigantes e nenhum passa em vão no enredo, todos possuem
presença e se encaixam perfeitamente com os momentos vividos pelo protagonista.
O destaque vai para o amigo de infância de Pierrot, Anshel, que se mostra muito
carismático e um amigo devotado. Os dois se comunicavam através da língua de
sinais, já que Anshel é surdo, a todo momento essa amizade é relembrada e mesmo
se tornando distante com o passar dos anos ela é um lembrete que um dia Pierrot
teve bons sentimentos.
A relação com o
protagonista vai do amor ao ódio em poucos capítulos, a medida que vai
crescendo, o processo de mudança choca e ao mesmo tempo é tão bem justificado,
bem construído que não deixa de ser convincente. As cenas são bem enlaçadas e
os diálogos consistentes. O enredo prende do início ao fim, a leitura é fluida
e o livro é curtinho, pode ser lido em algumas horas.
A parte gráfica
remete muito ao “O Menino do Pijama Listrado” seguindo o mesmo modelo de
design, variando apenas em alguns detalhes e cores, a capa chama a atenção e eu
achei bem bonita. A diagramação e a fonte é bem confortável. No mais a parte
gráfica é bem simples, nada rebuscada, porém atende bem ao que foi proposto.
Essa é uma
leitura que indico a todos, indiferente da faixa etária desde que tenham
interesse por fatos históricos misturados com ficção acredito que irão fazer
uma boa leitura. Agora eu acredito que superei o meu medo de ser decepcionada e
irei buscar realizar outras leituras de obras do autor.
11 comentários
Oi Carol, minha primeira experiência com o autor não foi das melhores. Li um de seus livros e acabei não conseguindo me conectar com a história. Sei que o Menino do Pijama listrado já é um clássico que ainda não li, mas devo dizer que adoro histórias sobre a segunda guerra e quero dar uma chance para esse livro, pois sua resenha me instigou. Espero não me decepcionar novamente. Bjs
ResponderExcluirOi Carol O menino do Pijama Listrado é ótimo mesmo e não me surpreende o seu receio com outra obra do autor. Bom saber que ele soube usar o pano de fundo da segunda guerra de uma forma distinta, não decepcionando seu leitor.
ResponderExcluirBjs
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirMesmo com os pontos positivos apresentados na sua resenha, esse livro não fluiu bem para mim, estou empacada nela há algum tempo, li o menino do pijama listrado e amei, mas infelizmente esse não me agradou.
Um beijo.
Eu nunca tive coragem de ler O garoto do pijama listrado, tive alguns spoilers e tudo que envolve crianças me toca muito, mas esse acho que eu leria sim, parece ser bem interessante acompanhar essa transformação do garoto, e fiquei curiosa em saber como termina essa trama. Bjs
ResponderExcluirOlá Carol, tudo bem?
ResponderExcluirVou te confessar que a primeira vista essa obra não me conquistou, mas na sua resenha deu para notar que é uma obra forte, intensa e cheia de fatos históricos.
Dica anotada e parabéns pela resenha
Beijos
Carol que livro maravilhoso é esse que tu me apresentou, fiquei feliz de encontrar a resenha em seu blog, o livro se passa em uma das minhas épocas favoritas, com toda certeza pretendo ler em breve.
ResponderExcluirBeijinhos
Eu já me interessei só pelo fato de se passar durante a guerra e gente! Ir morar na casa do homenzinho de bigode e se tornar protegido do mesmo, louca pra saber como foi desenvolvida essa relação.
ResponderExcluirEsse autor é maravilhoso. eu ainda não li porque sofri demais no "O menino do pijama listrado" Talvez, quando eu superar... kkkkk
ResponderExcluirOi Carol.
ResponderExcluirJohn Boyne é um dos meus autores favoritos, e justamente por trazer em seus enredos essa mistura de fatos históricos e ficção. E ele sabe envolver crianças em suas tramas como ninguém, cativa o leitor e abala as estruturas. A leitura de seus livros são sempre muito proveitosas, e não vejo a hora de ler o menino no alto da montanha.
Beijos.
Leituras da Paty
Olá,
ResponderExcluirAssim como você, meu primeiro contato com o autor foi através da obra O menino de pijama listrado e é a única até agora.
Mas tenho muita vontade de conhecer outros trabalhos do John por causa da temática que ele na maioria das vezes creio eu aborde sobre a Segunda Guerra mundial.
Gostei bastante de conhecer suas impressões e me deixou mais animada para fazer a leitura da obra.
LEITURA DESCONTROLADA
Carol, nunca li nada do autor, mas só escuto elogios para sua escrita e narrativa.
ResponderExcluirEu imagino como vamos do amor ao ódio com o protagonista.
Eu meio que já senti isso só lendo sua resenha.
Quero fazer a leitura.