Resenha: Uma Vida Para Sempre
16 outubro
Durante
muito tempo esse livro esteve na minha lista de desejados e a oportunidade da
leitura apareceu através da parceria com a autora Simone Taietti. Apesar de
imaginar que não seria uma leitura fácil desde que eu li a sinopse, eu comecei
a me preparar para esse livro que eu não imaginava que poderia ser tão intenso
e ao mesmo tempo tão reflexivo. Escrito em forma de diário, Simone trouxe
através da personagem Ethel uma nova visão do mundo que muitos de nós
esquecemos enquanto estamos aqui: o valor da vida. Para aqueles que estão
jovens e saudáveis, cada dia pode ser apenas mais um, mas para quem está
doente, pode ser o último e este dia deve ser vivido da melhor forma possível.
Ethel
é uma garota de dezessete anos com uma doença rara mais conhecida como CIPA,
uma sigla inglesa para Insensibilidade Congênita a Dor com Anidrose, que faz
com ela não sinta dor. Apesar de muitas pessoas acreditarem que pode ser
aliviante, para Ethel não é tão fácil assim. Ela sofreu muito durante os seus
anos na escola e prestes a sair da adolescência, ela precisa lidar com a doença
sozinha, sem poder conversar com a mãe a respeito do que está sentindo e saber
apenas que pode não ter muito tempo de vida. Ao contrário das adolescentes que
levam uma vida normal, Ethel é controlada pela mãe que tem medo do que pode
acontecer com ela e por isso o lugar que ela mais frequenta é o hospital onde
acaba criando algumas amizades, principalmente com Gertrud, uma idosa que
frequenta a hemodiálise. Apesar de sua mãe insistir em sua amizade com
Catarina, que era a sua melhor amiga, ela sabe que nada pode ser como antes e
que Catarina não é mais a mesma.
Em
uma das visitas ao hospital, ela descobre que o seu amigo Max havia falecido e
ao entrar no quarto em que ele ficava, ela conhece Vitor, um rapaz que tem LMA
(Leucemia Mieloide Aguda) e está lutando pela sobrevivência. Apesar de saberem
que a amizade podem não durar muito tempo, eles passam a conviver um com o
outro e a cada dia que passa um sentimento maior começa a despertar entre
eles...
Uma
Vida Para Sempre é um livro tão surpreendente que não tem como falar sobre a
intensidade da escrita e das emoções que senti ao ler essa história. Narrado em
primeira pessoa e em forma de diário, é possível enxergar claramente os
pensamentos de Ethel e o quanto ela vai amadurecendo ao longo da narrativa. Com
muitas surpresas e reviravoltas, eu me emocionei e também torci pela personagem
que é tão forte diante de tudo o que já viveu.
Ethel
é uma personagem que tenta compreender a morte. Ela sempre vai em funerais,
cemitérios como uma forma de preparar a si
mesma para o fim que toda a humanidade vai ter um dia. É também uma forma
de preparar aqueles que amam, principalmente a sua mãe que já sofreu muito com
a partida da pai e não pode imaginar perder a filha também. Enquanto a sua mãe
tenta de toda forma evitar o seu sofrimento, tudo o que Ethel mais quer é poder
sentir-se livre para estar perto de quem ela gosta.
Vitor
é um personagem que luta por ele e também pela família. Mesmo com todo o
cansaço, ele não quer desistir e junto com Ethel, ambos tem muito a aprender
sobre a vida, mas também sobre eles, sem deixar de acreditar que pode existir
uma esperança. Os personagens secundários são bem construídos e ao longo da
trama, cada um deles mostra a força, mas também a limitação diante das batalhas
da vida.
A
diagramação do livro é simples, com folhas amareladas e fonte de bom tamanho.
Cada capítulo inicia-se com uma data e com alguma mensagem reflexiva que me
trouxe grandes aprendizados durante a leitura.
Uma
Vida Para Sempre é um livro para guardar no coração e também para repensar em
nossa vida. Pensar em nossas oportunidades, escolhas e também valorizar aqueles
que estão ao nosso lado, sem tentar controlar o amanhã ou desesperar por causa
dele. Viver o presente como se fosse o dia mais importante da vida e não deixar
jamais de sonhar. Portanto, se você procura algum livro assim, eu recomendo Uma
Vida Para Sempre sem dúvidas.
4 comentários
Acho que intensidade e emoção são as palavras chave dessa história!!! Fico aqui me perguntando se a autora conseguiu deixar a narrativa leve apesar dela conter tantos elementos fortes e sofrimento,mas as vezes,uma história crua é o que precisamos para sermos tocados e refletir sobre essas questões abordadas.
ResponderExcluirFiquei curiosa em conhecer a história de Ethel e Vitor!!!
bjssss
Olá!!
ResponderExcluirNão conhecia essa autora. A capa do livro e sensacional e sua resenha muito boa. Gostei muito!E achei a premissa do livro muito interessante, gosto de romances jovens e que tenham doenças no meio rsrs, são construções bem fortes! Abraços!
Oi Thalita ^^
ResponderExcluirGosto muito de romances que são escritos de forma simples, mas que trazem mensagens importantíssimas para reflexão! Essa obra tem esses ingredientes que definitivamente devem torná-la memorável.
A doença que Ethel tem já vi ser retrata no livro A Menina Que Brincava Com Fogo, mas a pessoa era do lado mal da força.
Percebo que deve ser muito agoniante não saber se está morrendo pois não sente nada fisicamente, se levar um tiro não irá nem sentir, o cuidado deve ser constante. Se eu sou já paranoico normal, me imaginar tendo essa doença é bem desesperador!
Fiquei curioso para saber como a autora deve ter retratado o romance entre Ethel e Vitor pq sinto que eles tem uma ligação. kkk
Espero que Ethel tenha preparado a mãe para a qualquer momento perdê-la pq se não a queda da mulher será grande caso a filha venha a falecer.
Parabéns pela resenha, Thalita. E obrigado por divulgar essa obra que desconhecia até então.
Bjs
https://peregrinodanoite.blogspot.com.br/
Olá!
ResponderExcluirUau, menina, que resenha linda! Ficou bem intensa e consegui sentir exatamente o que vc sentiu na leitura.
Confesso que passo um pouco longe de enredos estilo sick lit, com personagens doentes e a beira da morte. Eles me causam um pouco de mal estar e prefiro histórias mais alegres.
Apesar disso, gostei muito da resenha e de saber mais sobre a doença (não sabia que ela existia).
Bjocas!
www.umdiamelivro.com.br