“Contos de Terror - Tomo II” reúne contos de diversos autores renomados e digo logo de cara é ainda melhor do que o primeiro volume da coleção. Nesse volume se encontra os seguintes contos: “A coisa maldita” (Ambrose Bierce), “A história da velha babá” (Elizabeth Gaskell), “A mão parda” (Arthur Conan Doyle), “O convidado do Drácula” (Bram Stoker), “O manuscrito de um louco” (Charles Dickens) e “O quarto das tapeçarias” (Walter Scott). Todos os contos desse livro possuem uma leitura fluída e o leitor é conduzido para um universo de horror e mistério de uma forma surpreendente e altamente criativa.
Eu gostei ainda mais do segundo tomo da série de contos de terror, nesse volume me deparei com autores que já adorava e me surpreendi com a habilidade deles para escrever contos do gênero em questão. Durante a leitura me transportei para um universo único, onde é perfeitamente plausível acontecimentos sobrenaturais e onde fui dominada pela tensão e a surpresa em cada conto.
Lógico que sempre tem um conto ou outro que superam as expectativas e se tornam os favoritos dentre eles, nesse caso para a minha surpresa o conto que mais gostei foi “A história da velha babá” o único conto escrito por uma mulher no livro. Eu não conhecia a autora antes desse livro e fiquei impressionada com a atmosfera de mistério que ela conferiu a seu conto, como em tão poucas páginas conseguiu construir personagens cativantes e bem elaborados e, a forma como os eventos foram conduzidos com maestria para justificar o caso garantiram que o conto se tornasse um dos meus favoritos.
Os autores do conto por si só fazem a sua apresentação e é muito interessante ver autores consagrados em outros gêneros se destacando nos contos de terror como o caso de Arthur Conan Doyle e Charles Dickens. Como adoro Sherlock Holmes estava bem ansiosa pela leitura do conto escrito por Doyle e mais uma vez o autor me surpreendeu em uma demonstração de seu talento, o conto “A mão parda” foi uma leitura agradável e fiquei bastante apreensiva para que o narrador e protagonista da história conseguisse solucionar o misterioso caso que afligia o seu tio. Charles Dickens surpreende explorando a mente de um louco, a narrativa é altamente cativante e de fato se parece com uma descrição de alguém que tem perturbações mentais e cabe ao leitor distinguir o que é alucinação do que é real.
"A última visão que tive foi a de uma massa branca e indistinta se movendo, como se todas as tumbas ao meu redor tivessem colocado para fora os fantasmas amortalhados dos seus mortos, e eles estivessem aproximando-se de mim em meio a nebulosidade branca e forte da tempestade de granizo."
O medo é o que permeia os contos e ele é explorado de forma distinta por cada autor, ora por meio do medo de feras, ora por medo de fantasmas materializados. Como leitor estamos sempre em busca de respostas e é em meio as respostas que nos deparamos com o apreensão do desconhecido, ficamos tensos e é essa sensação que temos ao longo da leitura. No final o que nos resta é a satisfação por ter lido mais um conto de horror bem elaborado e com elementos de terror muito bem dosados.