Resenha: Dorothy tem que morrer

08 setembro

Amy Gumm é uma garota do Kansas, ela está longe de ser popular e ainda sofre bullying nas mãos de uma patricinha do colégio, Madison Pendleton, uma adolescente que está grávida, mas que age como as típicas garotas populares de filmes norte-americanos. Desde a infância Amy enfrenta problemas com Madison, com o decorrer do tempo ela tenta ao máximo evitar encontrar com a garota no colégio, mas muitas vezes isso se torna inevitável.
Amy mora com a mãe em um trailer, o pai dela a abandonou quando ela ainda estava na infância e como decorrência disso ela e a mãe tiveram que se mudar para o trailer. Sem grandes condições financeiras, aos poucos a mãe de Amy foi se tornando omissa e logo se tornou alcoólatra e dependente de remédios. Logo, Amy praticamente se criou sozinha, se tornou uma boa aluna e sempre sonhou em ir embora do Kansas. Após uma briga em que ela se envolveu no colégio e acabou agredindo Madison, ela volta para o trailer. Sua mãe mais uma vez decide sair para beber e ela fica apenas com a companhia da hamster Star, quando um tornado atinge a casa, da mesma forma como ocorreu com Dorothy, Amy é transporta para Oz.
Ao chegar em Oz, Amy fica surpresa pois o país está totalmente diferente do que ela conhecia dos livros e filmes. Dorothy a garotinha meiga do Kansas, não quis mais retomar sua vida junto aos tios que tanto amava, decidiu então voltar para Cidade das Esmeraldas e acabou se corrompendo pelo poder. O mesmo aconteceu com os seus amigos o Leão, o Espantalho e o Homem de Lata, todos eles já não são mais bons. Glinda, a bruxa boa, agora a serviço de Dorothy parece mais uma malvada.
Dorothy tem que morrer” da autora Danielle Paige é o primeiro livro da trilogia homônima que reconta a história do mundo de Oz de uma forma sombria e voltado para o público jovem. A missão da nova garota do Kansas nesse livro é clara, ela precisa matar Dorothy para Oz voltar a ser como era antes, um local mágico e seguro.
Eu tive a oportunidade reler “O Mágico de Oz” (L. Frank Baum) esse ano e foi uma leitura gostosa que reascendeu meu interesse nesse universo. Pude então acompanhar alguns filmes baseados na obra e então me deparei com esse livro. Comecei a leitura entusiasmada, mas a demora para os fatos importantes começarem a se desenvolver me fizeram murchar um pouco, o que tornou a leitura lenta. De fato eu não desgostei do livro, só achei que o enfoque principal em alguns capítulos se perdeu e alguns fatos retratados não eram necessários. Como é comum o primeiro livro de uma trilogia é uma introdução ao problema do universo criado, portanto não esperava muitas cenas de ação (o que de fato não teve), mas esperava que adquirisse um conhecimento maior em relação aos vilões, o que provavelmente ocorrerá nos próximos volumes.
O desenvolvimento do livro se deu em maior parte pela busca de auto-conhecimento da protagonista, ela tem uma visão geral da situação de Oz e logo se ver sendo “caçada” por Dorothy e ela precisa descobrir qual é o seu papel em tudo isso. Amy tem um panorama das maldades que são realizadas pelos vilões da história que deveriam ser os mocinhos, em seguida é recrutada pela Ordem dos Malvados que é um grupo que luta contra Dorothy. O ponto de interrogação maior que fica é sem dúvidas em relação a quem Amy deve de fato confiar, esse é um questionamento recorrente ao longo da leitura.
Essa é uma trama que me deixou de fato intrigada, assim como Amy me vi perdida nesse universo e tentando compreender como ela chegou lá e como ela devia proceder. Repleto de mistérios, me vi envolvida em uma trama que apesar de ter traços em comum com “O mágico de Oz” apresenta originalidade e emoção. A forma como os antagonistas vão ganhando destaque ao mesmo tempo que a imagem que eu tinha deles como mocinhos é desconstruída é realmente impressionante, em um dado momento eu nem os imaginava como bonzinhos mais. Acredito que a conexão com os vilões aumentará no decorrer da série, acompanhada de justificativas de como chegaram no ponto em que estão.
Os capítulos finais tem aquela carga de ação maior e deixam a leitura mais fluída. Apesar do viés que mencionei de algumas cenas se arrastarem muito em pontos não tão importantes, foi uma leitura muito boa e eu estou ávida para me encontrar novamente com esses personagens. Portanto, sigo curiosa para saber o que acontecerá com Amy, como ela irá resolver algumas situações e torcendo por mais encontros eletrizantes entre ela e Dorothy.



Recomendo a leitura para todos que gostam de conhecer novas releituras dos contos de fadas clássicos. Os fatos que ocorrem no livro se dão após os acontecimentos do livro “O Mágico de OZ”, é interessante que o leitor tenha a imagem de Oz construída pelo autor L. Frank Baum, para então conhecer a da autora Danielle Paige.

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13 comentários

  1. Oz sempre foi uma das minhas histórias favoritas da vida e sempre a achei um tanto obscura, mas pelo visto esta versão consegue ser ainda mais obscura né. Eu leria numa boa.

    Bj, Van - Retrô Books
    http://balaiodelivros.blogspot.com.br/

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  2. Nossa, que interessante! Confesso que conheço muito pouco do universo de O Mágico de Oz, nunca li o livro, apenas as versões resumidas infantis, e assisti apenas ao último filme (com o James Franco), o clássico eu não conheço. E peguei o DVD de um musical antigo com um Michael Jackson ainda negro, mas, ainda não assisti. Fiquei curiosa por conhecer esse livro!

    Beijooo!

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  3. Ah, eu indiquei o blog pra responder uma TAG. Passa lá no meu cantinho pra conferir!

    http://mundoliterariodacecy.blogspot.com.br/2016/09/beds-post-n-8-tag-complete-frase.html?m=1

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  4. Olá,
    Não tenho por hábito me aventurar em releituras, mas a premissa do livro me deixou bastante curiosa pelo fato de ser uma trama mais sombria e envolver o mundo de Oz, que acho bastante interessante.
    Adorei a resenha e quero muito saber mais sobre.

    http://leitoradescontrolada.blogspot.com.br/

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  5. Oi Carol!

    Não sou a maior fã de releituras, mas algumas realmente surpreendem a gente. Acho que o que eu mais gostei nem foi a releitura em si, mas o fato de abordar temas importantes como o bulliyng e os vícios. Com certeza é muito difícil lidar com esses problemas, quando a gente é jovem piora muito mais. Mas gente, será que Amy precisa mesmo matar Dorothy? Num pode rolar uma mudança no coração da malvada não? HAUEHAEUAHE

    Beijo!
    http://www.roendolivros.com.br/

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  6. Oiii Carol, tudo bem?
    Menina eu adorei a capa e realmente não sabia da releitura e mesmo assim confesso que estou bem confusa e não sei se leria com toda certeza, mas mesmo assim vou pesquisar mais sobre a obra e decidir, parabéns pela resenha<3
    Beijinhos

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  7. Oi, achei a premissa do livro bem confusa, para falar a verdade, que senti meio perdida e fiquei curiosa para ler, para tentar entender a historia melhor. Adorei a resenha.
    bjus

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  8. Oi, Carol!
    Não conhecia o livro ainda, e por mais que não seja interessada no enredo original, parece mesmo interessante esse panorama novo explorado pela autora, de personagens bonzinhos à tornarem-se, então, os vilões, e estes consequentemente tomando o partido do bem, invertendo totalmente o conceito original e comum, o que é realmente uma sacada muito boa para apresentar como releitura. Uma pena (acho?) tratar-se de uma trilogia e ter de esperar pelos demais, hehe, e apesar das ressalvas que você levantou sobre a lentidão de alguns momentos da história, espero que você venha a gostar mais dos próximos volumes!
    Beijos!

    ♥ Sâmmy ♥
    ♥ SammySacional ♥

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  9. Olá!
    Adoro releituras de contos de fadas e a premissa de Dorothy tem que morrer chama muito a atenção.
    Fiquei bastante curiosa sobre esse novo mundo de Oz e como vai terminar a história de Amy.
    Adorei a resenha!
    Beijos.

    Li
    literalizandosonhos.blogspot.com.br

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  10. Eu nunca li O mágico de Oz e sinto que para ler esse livro preciso saber pelo menos o básico da história rs. No começo da sua resenha não imaginei que teria tanta revira volta assim, parece ser uma leitura fantástica!

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  11. Eu nem imaginava que a obra era uma releitura (apesar do título, rsrs), eu amo releituras! Gostei bastante de saber que ela tem um tom mais sombrio e se passa após os acontecimentos da história original. Deve ser uma leitura bastante interessante. Vou aguardar sair mais livros para não ficar angustiada, rs.
    beijos
    www.apenasumvicio.com

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  12. Oi Carol.

    Tem um bom tempo que estou com vontade de conferir este livro, pois acho a capa linda, além de ter uma sinopse interessante. Sua resenha aumentou minha expectativa e com certeza quero dar prioridade para essa releitura, pois adoro a Dorothy. Adorei sua resenha.

    Bjos

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  13. Vergonhosamente nunca li O mágico de Oz, conheço a história só pelo filme e adoro, mas quero muito ler a obra original também. Quando a esse livro, não sei se leria, normalmente curto adaptações de contos de fadas, mas meu problema com essa trilogia é esse toque sombrio, e com essa demora de desenvolvimento dos fatos importantes que você mencionou acho que prefiro esperar ela ser finalizada e as pessoas darem suas opiniões finais antes de tomar uma decisão sobre ler ou não.

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